Estudantes voltam a ocupar Liceu Camões. Ministro da Economia recusou convite para estar presente
Ativistas pelo clima fecharam os portões da escola a cadeado.
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Os estudantes associados ao movimento "Fim ao fóssil: Ocupa!" voltaram esta segunda-feira a ocupar o Liceu Camões, em Lisboa, fechando as portas da escola a cadeado.
Em declarações à TSF, uma das porta-vozes do movimento, Alice Gato, explica que a duração do protesto vai ser negociada com a direção da escola, que respeita o protesto e sempre se mostrou disponível para colaborar.
"Hoje a escola está fechada, mas também estamos em negociações com a direção porque, ao contrário das outras escolas, ao contrário do que aconteceu na Faculdade de Letras, a direção do Liceu Camões é uma direção pela qual nós também queremos lutar e cujos limites também queremos respeitar dentro dos nossos limites, que são lutar por um futuro."
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Já o ministro da Economia, António Costa Silva recusou o convite para visitar a ocupação no Camões e assistir à palestra que os estudantes pretendiam ministrar "de propósito para receber o ministro".
Isto depois de, numa entrevista à agência Lusa, António Costa Silva se ter mostrado solidário com os movimentos climáticos e ter dito que nos últimos 20 anos não foi apologista de maior uso do petróleo, considerando que as manifestações são legítimas e mostrando disponibilidade para reunir-se com os ativistas.
"Não nos surpreende, porque, embora o ministro tenha dito que era um homem de diálogo, também nessa entrevista disse outras coisas que não são verdade, como facto de só defender o interesse de renováveis."
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O governante afirmou na entrevista à Lusa: "Em todo o meu percurso ao longo de 20 anos não só fui um defensor das energias renováveis, como agora no Governo estamos a potenciar a aplicação dessas energias e a desenvolver tudo para que a transição energética funcione".
Alice Gato responde com ironia: "Caso o Ministro não saiba, gás fóssil não é uma energia renovável e ele defende a maior utilização de gás fóssil. Portanto, achamos que ele beneficiaria muito da nossa aula sobre a crise climática."
Desde segunda-feira, o movimento Greve Climática Estudantil Lisboa iniciou um protesto que incluiu a ocupação de seis escolas e universidades de Lisboa, iniciativa que visa exigir o fim dos combustíveis fósseis até 2030 e a demissão do ministro da Economia e do Mar.
As ocupações coincidem com a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), que decorre desde domingo em Sharm el-Sheikh, no Egito, até ao próximo dia 18.