Estudo detetou fratura na pedreira de Borba em 2008. Estrada devia ter sido cortada

epaselect epa07181572 An aerial view taken with a drone of the abandoned stone-quarry in Borba, where at least two workers where killed and several other went missing during a landslide on 19 November that cut away a road leading to the site, in Borba, Portugal, 20 November 2018 (issued 21 November 2018). EPA/STRINGER
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Especialista recorda relatório da Universidade de Évora de 2008 onde foi revelado que havia instabilidade numa das paredes da pedreira.
A parede das pedreiras de Borba tinha uma fratura identificada pelo menos desde 2008 e hipótese de ruir e a estrada que colapsou devia ter sido interditada, defendeu esta terça-feira o presidente da Associação Internacional de Hidrogeólogos.
A fratura foi identificada pela equipa da Universidade de Évora (UÉ) que em 2008 fez um relatório técnico sobre a estabilidade da parede de uma das duas pedreiras onde ocorreu o deslizamento de terras, nomeadamente da que estava ativa, disse à agência Lusa António Chambel.
A mesma fratura já teria sido identificada, "desde pelo menos o ano 2000, por outras instituições" e, por isso, "estava perfeitamente identificada", sublinhou o hidrogeólogo e também professor do Departamento de Geociências da UÉ.
António Chambel frisou que a fratura foi identificada pela equipa da UÉ na zona da parede da pedreira em atividade e onde morreram dois trabalhadores, mas "entrava parcialmente e via-se perfeitamente que seguia" para a zona da parede da outra pedreira situada ao lado e que está abandonada.