Estudo detetou fratura na pedreira de Borba em 2008. Estrada devia ter sido cortada
Especialista recorda relatório da Universidade de Évora de 2008 onde foi revelado que havia instabilidade numa das paredes da pedreira.
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A parede das pedreiras de Borba tinha uma fratura identificada pelo menos desde 2008 e hipótese de ruir e a estrada que colapsou devia ter sido interditada, defendeu esta terça-feira o presidente da Associação Internacional de Hidrogeólogos.
A fratura foi identificada pela equipa da Universidade de Évora (UÉ) que em 2008 fez um relatório técnico sobre a estabilidade da parede de uma das duas pedreiras onde ocorreu o deslizamento de terras, nomeadamente da que estava ativa, disse à agência Lusa António Chambel.
A mesma fratura já teria sido identificada, "desde pelo menos o ano 2000, por outras instituições" e, por isso, "estava perfeitamente identificada", sublinhou o hidrogeólogo e também professor do Departamento de Geociências da UÉ.
António Chambel frisou que a fratura foi identificada pela equipa da UÉ na zona da parede da pedreira em atividade e onde morreram dois trabalhadores, mas "entrava parcialmente e via-se perfeitamente que seguia" para a zona da parede da outra pedreira situada ao lado e que está abandonada.