A Península de Setúbal, o Algarve e o Baixo Alentejo, mas também a Lezíria do Ribatejo, são as regiões onde a crise se faz mais sentir. É a principal conclusão de um estudo apresentado hoje no Instituto de Ciências Sociais.
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O investigador João Ferrão olhou para a demografia, o emprego, o rendimento, o consumo, o investimento, a criação de riqueza e o nascimento ou morte de empresas.
As conclusões do estudo são apresentadas esta terça-feira numa conferência que assinala os 50 anos do Instituto de Ciências Sociais.
O estudo comparou 11 indicadores nos 278 municípios de Portugal Continental, em 2005-2007 e 2009-2010, antes e durante o início da crise.
A Península de Setúbal, o Algarve, o Baixo Alentejo e a Lezíria do Ribatejo são as regiões mais afetadas pela crise financeira, mas os problemas afetam todo o país e existem 70 municípios com ainda mais dificuldades.
Até 2010, 60 municipios estavam a resistir relativamente bem à crise; 138 são classificados como vulneráveis e 70 como proto-recessivos, ou seja, sentem mais a crise do que os outros.
O estudo concluiu ainda que os primeiros anos de dificuldades afetaram muito mais as empresas do que as famílias.
Esta terça-feira, é ainda apresentado um outro estudo que analisa o consumo das famílias portuguesas nas últimas décadas.
Uma das responsáveis pelo trabalho, Luísa Schmidt, explica que os números revelam que a casa é é atualmente a maior despesa das familias, que nos últimos anos, por causa da crise, cortaram de forma drástica no lazer e na cultura.