O tema dos abusos sexuais na Igreja está na ordem do dia e, como não podia deixar de ser, foi também tema na reunião do Governo Sombra.
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Face aos últimos escândalos de abuso sexual na Igreja, o Papa Francisco terá convocado os líderes das Conferências Episcopais de todo o mundo para uma reunião inédita no Vaticano, dedicada ao tema da proteção de menores.
O anúncio foi visto como um sinal de vontade de encarar o problema, mas terá também aberto uma guerra de poder dentro da Igreja Católica, que levou os bispos portugueses a escreverem uma carta de apoio, em que denunciam "tentativas de pôr em causa a credibilidade" do Papa Francisco e manifestam o apoio ao líder da Igreja Católica na sua política de "tolerância zero contra os abusos".
Para João Miguel Tavares, o problema está na "cultura de encobrimento" que se mantém há séculos no seio da Igreja Católica, que diz que "os problemas da igreja resolvem-se em casa", o que leva a que as vítimas se remetam ao silêncio e que os agressores nunca vejam os seus crimes expostos publicamente.
Mas há outra questão que João Miguel Tavares gostaria de ver esclarecida, que é a de perceber se a questão do celibato potencia, de alguma forma, este tipo de crimes pela parte de padres e bispos da Igreja Católica.
Ricardo Araújo Pereira considera que não é provável que o celibato leve um padre a abusar sexualmente de outra pessoa, apesar de considerar o celibato - imposto ou voluntário - "a pior aberração sexual de todas", porque "a abstinência sexual só pode fazer mal à cabeça". O humorista confessa ainda ter "muitas saudades do tempo em que os padres engravidavam paroquianas, porque, comparado com isto, era excelente".
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Os bispos portugueses discutiram esta semana o tema dos abusos sexuais, e concluíram que em Portugal os casos são reduzidos, o que Pedro Mexia considera "improvável", sublinhando que o terão surpreendido acima de tudo, as palavras do porta-voz da Conferência Episcopal, segundo o qual alguns casos detetados terão sido resolvidos internamente, porque, e passa a citar "os tribunais eclesiásticos são compostos por juízes e a justiça canónica até é mais severa que a justiça civil".
Ora, para Pedro Mexia, não é disso que se trata, já que um crime desta natureza que pode ter uma punição eclesiástica não deixa de ser um crime e tem de ser julgado pela lei civil.
O escândalo mais recente envolve abusos sexuais sobre freiras por parte de padres e bispos, casos que foram ocultados do público durante anos. Ricardo Araújo Pereira pergunta-se sobre o tipo de sanções eclesiásticas, supostamente mais severas que as penas que seriam atribuídas pela lei civil, terão sido atribuídas pela Igreja Católica aos agressores: "Agora, nada, mas hás de passar duas semanas no inferno, que é para aprenderes!", ou talvez tenham mesmo sido obrigados a mudar de paróquia, um castigo que "só quem já mudou de casa sabe a chatice que é".
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A emissão completa do Governo Sombra, para ver ou ouvir, sempre em tsf.pt.