O juiz desembargador demite-se em desacordo com Constitucional.
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Eurico Reis demite-se do Conselho de Procriação Medicamente Assistida por estar em discordância com o chumbo do Tribunal Constitucional à lei da gestação de substituição.
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Entrevistado por Leonor Ferreira, Eurico Reis diz que o acórdão do constitucional impõe comportamentos aos cidadãos que na sua opinião não são aceitáveis numa sociedade democrática.
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É "uma forma de protesto contra o acórdão do TC, nomeadamente as suas decisões e a fundamentação das mesmas", explicou na carta de demissão dirigida ao presidente da Assembleia da República, aos restantes membros do CNPMA e ao Conselho Superior da Magistratura.
"E a intensidade da violência contra seres humanos contida no decreto judicial do acórdão do Tribunal Constitucional n.º 225/2018 proferido no processo n.º 95/17, sintomaticamente datado de 24 de abril p.p., e em alguma da sua fundamentação, forçam-me a protestar com a proporcional violência intelectual que esse decretamento merece. Acontece, porém, que aquilo que a minha consciência me impõe que faça não é consentâneo com a minha pertença a uma Entidade Reguladora como o CNPMA é; manter-me como membro do Conselho seria, ao mesmo tempo, limitativo para o exercício das minhas liberdades e perturbador para o funcionamento dessa Autoridade Competente", explicou na carta de demissão.
A demissão tem efeitos a partir da próxima segunda-feira, sendo que o ex-presidente do CNPMA ainda estará presente na reunião que discutirá o acórdão do Constitucional.
O juiz desembargador deixou de ser presidente do CNPMA após 11 anos à frente do organismo. Em fevereiro deste ano acabou por perder para Carla Rodrigues.