Europeias: BE desafia direita a subscrever compromisso por direitos de minorias sexuais

Marisa Matias
Global Imagens/Nuno Pinto Fernandes
Marisa Matias reuniu-se esta tarde com elementos da ILGA Europa - Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero. Do encontro saiu um desafio a Nuno Melo e Paulo Rangel para que assinem o compromisso eleitoral deles para a Europa.
Contra o preconceito a ocupar o lugar da política, a cabeça de lista do BE às europeias considerou hoje que faria sentido que eurodeputados da Aliança Portugal subscrevessem o compromisso eleitoral da ILGA Europe, pelos direitos das minorias sexuais.
No dia internacional contra a homofobia, o BE dedicou uma parte da tarde da campanha eleitoral à visita a uma feira no Príncipe Real, em Lisboa, organizada pela ILGA (Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero), onde teve a oportunidade de conversar com o presidente desta associação, Paulo Côrte-Real, que apelou à subscrição do compromisso eleitoral da ILGA Europe pelos deputados da coligação de direita.
De acordo com Paulo Côrte-Real, BE, PS, Livre, PCP e PAN já subscreveram este compromisso pelo respeito dos direitos humanos e igualdade das pessoas LGBT, incentivando os candidatos da Aliança Portugal (PSD/CDS-PP) a fazer o mesmo, até porque «há muitas deputadas e deputados do PPE - família política do PSD e CDS - que já subscreveram a nível europeu».
Marisa Matias, questionada pelos jornalistas sobre esta questão, considerou que «faria todo o sentido que a Aliança Portugal subscrevesse esse compromisso» mas não fica surpreendida pelo facto de isso não acontecer.
«Se nós tivermos em conta aquilo que tem sido a posição dos partidos da maioria da direita em relação a estas questões - nomeadamente à coadoção - não me surpreende que não assinem. Mas sim, faria sentido», reiterou.
Para a eurodeputada recandidata, os «direitos humanos não devem estar sujeitos a questões ideológicas» e «este mandato no Parlamento Europeu ficou marcado por posições muito discriminatórias e muito conservadoras relativamente aos direitos das minorias sexuais».
«Também por isso a esquerda tem que sair reforçada nestas eleições porque volto a dizer: não existe nenhum projeto europeu que possa sobreviver sem colocar também os direitos humanos no centro de qualquer intervenção política», enfatizou.
Segundo Marisa Matias, «seja em matéria em LGBT, dos direitos das minorias sexuais, da imigração ou dos direitos das mulheres, é o preconceito que está a ocupar o lugar da política» e não se pode permitir que isso aconteça.
«Se a esquerda tem dado mais voz a essas vozes, também por isso deve sair reforçada», realçou.