Europeias: PS quer resultado "mais confortável" e PSD procura "subir claramente"
O PSD quer "subir claramente" em relação aos resultados que conseguiu nas últimas Europeias, mas Lobo Xavier entende que os social-democratas estão, sim, a lutar para "não bater os seus piores resultados". Jorge Coelho entende que para que o PS cante vitória, é necessário vencer as eleições com "um resultado mais confortável" do que o conseguido há cinco anos.
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O presidente da mesa do Congresso Nacional do PSD diz que um resultado bom para o partido nestas Europeias é subir três pontos. Paulo Mota Pinto foi o convidado especial desta noite na Circulatura do Quadrado em que se falou sobre as eleições do próximo domingo. Pacheco Pereira não marcou presença.
Jorge Coelho espera uma vitória do PS por uma diferença "bem maior" do que nas últimas Europeias. Já para António Lobo Xavier, o "PSD está a lutar para não bater os seus piores resultados".
Paulo Mota Pinto defende o voto no PSD por "várias razões", sendo a principal delas a de que é "o partido que melhor representa e melhor pode protagonizar uma alternativa a este tipo de políticos. Historicamente, é o partido que lidar uma alternativa de Governo".
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Nas sondagens, o CDS "não descolou", mesmo nas que são "piores para o PSD e para o CDS". O social-democrata entende que, olhando para o Governo, "o PS não conseguirá, de certeza, ter mais votos nem deputados do que o bloco do Governo alternativo que o antecedeu; isto é, do que o PSD e CDS somados".
Sobre a questão dos professores, Paulo Mota Pinto defende que o CDS "antecipou-se", ainda sem fazer "aquelas preensões financeiras". Perante esta análise, Lobo Xavier discordou da mesma, embora este seja um assunto que lhe é "penoso". O centrista entende que quem estabeleceu "desde o primeiro momento, condições do ponto de vista financeiro e de evolução económica do país para adoção daquelas medidas de reconhecimento do tempo [de serviço] dos professores foi o CDS. As medidas do PSD apareceram muito depois".
Admitindo que não concorda com as posições de nenhum dos dois partidos, Lobo Xavier classifica a sua defesa como "de mínimos", comparando apenas "quem fez pior figura a recuar", acabando por defender que "foi o líder do PSD", Rui Rio, quem esteve pior nessa ação. "Lamento muito, não gosto de o ver naquela posição, mas a figura do recuo na televisão é penosa", concluiu.
Sobre as Europeias do próximo domingo, Lobo Xavier diz que "tudo aponta para que o PSD "vá ficar perto dos seus piores resultados" e que "está a lutar para não bater o seu pior resultado". Já em relação ao CDS, embora admita que "está numa trincheira mais pequena", a realidade não será essa.
"Faz-me impressão que, depois destes quatros anos, o PSD e o CDS estejam, apesar de tudo, taco a taco com o PS. Talvez o PS não tenha mais do que eles juntos, mas é uma triste consolação para a subalimentação do lado direito do espetro político. Não me congratulo, não acho graça nenhuma. Não acho que deva haver vasos comunicantes entre no CDS e no PSD, mas não tenho nenhum gosto em que o PSD tenha revezes eleitorais", garantiu.
Jorge Coelho junta-se ao debate para lembrar que já viu Rui Rio indignado por ver a RTP dar uma sondagem "que anunciava nas Europeias, digamos, a vitória do PS." Sendo assim, Rio tem de estar indignado com todos os meios de comunicação que divulgam sondagens, defende o antigo ministro, porque "os resultados são praticamente iguais em todas as sondagens que são feitas".
Sobre o PS, Coelho entende que para "cantar vitória" é necessário que os socialistas ganhem as eleições com "um resultado mais confortável" do que tiveram nas últimas eleições. "Tudo indica que o que vai acontecer é que o PS vai ganhar as eleições", admitindo que a margem com que o possa vir a fazer "não é irrelevante"."Se for como indicam as sondagens, vai ganhar com uma diferença bem maior. Não é maior, é bem maior."
Paulo Mota Pinto defende que é necessário "partir da comparação" com os resultados das últimas Europeias. "PSD e CDS foram juntos e tiveram 27%", que foram hipoteticamente divididos pelo social-democrata em 7% para o CDS e 20% do PSD. Perante estes números, "um resultado bom para o PSD é subir claramente em relação a essa percentagem".
"Qualquer subida, seja de 3% ou mais do que isso é um resultado bom. Um resultado muito bom é subir bastante: 5, 6 ou 7%. Um resultado excelente é disputar a vitória, ficar perto ou até ganhar. Houve sondagens que davam perto, davam na margem de erro", defendeu.