A necessidade de um referendo foi um ponto de discórdia: David Justino não vê problema em fazê-lo - acompanhado de um debate alargado -, Carlos César lembra que os especialistas já foram ouvidos.
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O tema da eutanásia está na ordem do dia e passou também pela mesa de discussão dos "Almoços Grátis". David Justino e Carlos César concordam num ponto: esta não é uma questão de "sim ou não".
É a necessidade de um referendo que os divide: Justino defende que o importante é que exista uma discussão alargada sobre o assunto depois do debate na generalidade, Carlos César sustenta que os especialistas já foram ouvidos.
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"Não vejo problema nenhum - mas com prazo - em fazer um debate alargado e um referendo sobre isto. Não sou contra o referendo", garante o vice-presidente do PSD. O referendo deve, no entanto, ser feito "com informação e debate prévio", ouvindo médicos, investigadores científicos e tendo em conta todas as questões ligadas à ética.
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"Só tínhamos a ganhar com isso, não é um problema. O problema é que em matérias destas convém reunir o máximo de consenso possível para não andarmos para trás e para a frente, é um assunto de rutura", reforça, mostrando-se favorável à despenalização da eutanásia "em casos muito restritos", tendo em conta as condicionantes.
David Justino admite mesmo que o debate possa prolongar-se até à próxima "sessão legislativa", que tem início em setembro deste ano.
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O PSD já deu liberdade de voto aos deputados na votação por se tratar de uma questão do foro pessoal. E se David Justino defende um debate alargado, Carlos César lembra que já foram ouvidos, há dois anos, todos os especialistas e outras entidade. O presidente do PS lembra que, sobretudo, "não se trata de determinar a morte" de alguém.
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"Não vamos estar, nem estaremos, em presença de lei que obrigue ou estimule alguém a por termo à sua vida. Não estamos nem estaremos obrigados a um processo de referendar a vida e, muito menos, a morte."
Assim, Carlos César lembra que esta é a discussão para que uma pessoa possa "decidir, sem ser crime, sobre a sua própria condição em contextos limite, minuciosamente regulamentados e acautelados".