A auditoria da EY que detetou falhas na concessão de créditos que geraram mais de 1000 milhões de euros em perdas para o banco público foi submetida ao parecer da CMVM.
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Os antigos administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) já entregaram a queixa na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) contra a auditoria da EY à gestão banco público entre 2000 e 2015.
Segundo o Expresso, a participação foi enviada esta segunda-feira ao regulador dos mercados, mas nem todos a subscrevem.
Entre os que consideram que o documento da EY precisa de passar pelo crivo da CMVM está o ex-presidente executivo Faria de Oliveira, que durante a comissão parlamentar sobre a CGD disse que a EY "produziu um relatório que está enviesado na sua conceção e viciado em várias das suas ilações, e descuidado, por culpa própria ou por falhas de obtenção de informação, em vários dados e conclusões".
Também Norberto Rosa, Jorge Tomé, Francisco Bandeira e José Araújo e Silva assinam a queixa por considerar que a auditoria está "repleta de incorreções", enquanto Pedro Cardoso deverá agir apenas judicialmente e Rodolfo Lavrador, que ainda integra os quadros da Caixa, fica fora do processo.
No entanto, como a auditoria foi feita pela consultora Ernst & Young, SA e não pela auditora Ernst & Young Audit & Associados SROC, SA, a CMVM pode não ter competências para avaliar o caso.
Se assim for, diz ao mesmo jornal um dos subscritores da queixa, que não quis ser identificado, "trata-se de uma auditoria que fica desvalorizada já que foi feita por uma entidade não habilitada".