Paula Brito e Costa contesta o despedimento da associação que fundou e o processo vai a julgamento.
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A ex-presidente da Raríssimas exige mais de 147 mil euros de indemnização à associação por considerar o seu despedimento ilegal.
O jornal Público noticia esta quinta-feira que Paula Brito e Costa avançou com um processo judicial contra a instituição que presidiu. A ação deu entrada no Tribunal de Trabalho de Loures em fevereiro de 2019 e tem como objetivo impugnar o despedimento e o pedido de devolução de 384 mil euros que a instituição exige à antiga presidente.
Foi realizada uma primeira audiência em dezembro do ano passado, mas como como não se chegou a acordo o caso prosseguiu para julgamento.
O início do julgamento estava marcado para esta quarta-feira, mas acabou suspenso por se aguardar a transferência da ação que a Raríssimas, por seu lado, colocou contra Paula Brito e Costa no Tribunal Cível de Loures, para o mesmo Tribunal de Trabalho.
O Público avança ainda que, a par destes dois processos, estão a ser feitas perícias contabilísticas no inquérito do Ministério Público à gestão da Raríssimas, no qual Paula Brito e Costa é arguida.
Em janeiro de 2018 foi instaurado um processo disciplinar contra a ex-presidente e fundadora da Associação Nacional de Deficiências Mentais Raras no seguimento do escândalo relacionado com irregularidades na gestão da instituição, do final de 2017.
A polémica levou à demissão do então secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, e afastou a presidente da associação, que segundo uma investigação jornalística da TVI usava o dinheiro da associação que presidia para gastos pessoais.
A Raríssimas exige a Paula Brito da Costa a devolução de despesas não relacionadas com a atividade da instituição, como reembolso de despesas de alimentação que a antiga presidente recebia em simultâneo com subsídio de alimentação, "reembolso de despesas estranhas à atividade da entidade" e quilómetros pagos por deslocações não efetuadas, valor que supera os 384 mil euros.