Exame de Português do secundário "foi acessível". Alunos esperavam Camões, mas o poeta não saiu na prova
Uma prova em que saiu Camilo Castelo Branco, Álvaro de Campos e um texto de opinião sobre as redes sociais. No exame de Português A do 12.º ano estavam inscritos mais de 44 mil alunos.
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Duas horas e meia depois de entrarem nas salas de aulas, os estudantes saem a olhar para o papel de exame e a trocarem impressões. "Foi acessível", confidencia Francisca. No entanto, no ano em que se assinalam os 500 anos do nascimento de Camões, a aluna estava à espera que saísse um texto sobre os Lusíadas. Mas o que apareceu aos alunos de português foi Camilo Castelo Branco e Álvaro de Campos. "Foi uma surpresa", confessa a estudante. "A minha professora disse nas aulas de apoio que era possível que saísse Camões ou algo relacionado", afirma. Mas, mesmo assim, a opinião quase geral é a de que o exame, que pedia também um texto de opinião sobre as redes sociais, correu bem.
Marisa, de 18 anos, pretende ir para a Faculdade de Direito, em Lisboa, e precisa da nota de Português. Acredita que ela pode ser a seu contento."Foi fácil e correu bem a quase toda a gente, pelo menos aqueles com quem já falei", diz. "Estávamos à espera dos Lusíadas, como são os 500 anos de Camões, mas não, foi muito inesperado", adianta.
Também João tem expetativas sobre esta disciplina que lhe dará acesso ao curso superior que pretende, administração público-privada. "A minha nota de filosofia não é tão boa (...) e o português permite mais entradas noutros cursos", admite.
Gonçalo foi o primeiro a sair da escola. Não esperou pela hora final do exame e entregou-o cerca de meia hora mais cedo. Confessa que, como método de estudo, fez vários testes de anos anteriores. "Comparativamente ao de 2023 acho que se pode dizer que foi mais complicado", lamenta.
Henrique foi fazer o exame com o espírito leve e mais por "desporto". "Completei o secundário há dois anos e vim fazer Português só para ver como corria, se me lembrava de algumas coisas, mas pelos vistos não me lembro de muito", confessa. Admite que não estudou e que está a apostar na disciplina de Matemática A para entrar no Ensino Superior. Sobre o exame de Português, diz: "Pode ser que tenha sorte, mas acho que não."