Hugo Abreu e Dylan Silva, falecidos a 4 de setembro, foram vítimas de um golpe de calor. Informação consta das autópsias.
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Os relatórios das autópsias dos dois jovens militares que morreram no primeiro dia de instrução do 127.º curso dos Comandos indicam que a causa da morte foi um golpe de calor, segundo avançou a RTP. Uma conclusão em linha com a primeira explicação avançada pelo Exército, no dia após a morte de Hugo Abreu, de 20 anos. Dylan Silva, também de 20 anos, viria a morrer seis dias depois, depois de quase uma semana hospitalizado.
O jornal Correio da Manhã acrescenta que as autópsias também revelaram lesões traumáticas no corpo de um dos militares.
O relatório da autópsia de Dylan Silva foi enviado hoje ao DIAP de Lisboa, um dia após a entrega do resultado da autópsia de Hugo Abreu ao Ministério Público (MP), anunciou esta sexta-feira, o Instituto de Medicina Legal.
A notícia do resultado das duas autópsias é conhecida poucas horas depois de se saber que o Exército instaurou mais um processo disciplinar, o terceiro, relacionado com a morte de dois alunos do curso de comandos.
"Na sequência das averiguações conduzidas pelo Exército, informa-se que foi instaurado pelo Exmo. Tenente-General Comandante das Forças Terrestres um terceiro processo disciplinar a um militar interveniente na instrução do 127.º Curso de Comandos", anuncia o Exército numa nota enviada às redações, na qual especifica que "os três processos foram instaurados a dois oficiais e um sargento".
Em declarações à TSF, o porta-voz do Exército revelou que as investigações ainda prosseguem, o que significa que podem ainda ser levantados outros processos disciplinares.
Vicente Pereira sublinha que os três militares são ouvidos também na qualidade de arguidos, tal como acontece no inquérito do Ministério Público.
Dois militares morreram na sequência do treino do 127.º Curso de Comandos na região de Alcochete, no distrito de Setúbal, que decorreu no dia 04 de setembro, e vários outros receberam assistência hospitalar.
Além do processo de averiguações interno aberto pelo Exército, que ditou então estes três processos disciplinares (dois deles anunciados a 20 de outubro), as mortes estão ainda a ser investigadas pelo Ministério Público e pela Polícia Judiciária Militar.
O Instituto de Medicina Legal concluiu entretanto os relatórios das autópsias dos dois comandos e os documentos já estão no Ministério Público, confirmou à TSF fonte da Procuradoria-Geral da República.