O Chega vai pedir a Santos Silva a fiscalização de reuniões das bancadas parlamentares
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Carlos Pereira recusa ter deixado a comissão de inquérito à TAP porque "houve um perdão de uma dívida" da Caixa Geral de Depósitos, mas para André Ventura estas declarações só levantam mais dúvidas.
Em conferência de imprensa esta sexta-feira no Parlamento, o líder do Chega lembra que "o avalista responde com o seu próprio património numa dívida e, por isso, a sua relação com a dívida é muito mais forte do que outras formas de garantia".
"Carlos Pereira sabe isto, evidentemente, como eu sei isto e como quem está dentro desta área, sabe isto. O avalista tem uma ligação muito profunda com a dívida."
Para André Ventura, as declarações do deputado socialista levantam ainda mais dúvidas.
"Acho que Carlos Pereira quis desanuviar pressão e acabou por fazer precisamente o contrário. Ao criar uma maior nuvem de suspeição de porque é que a Caixa até 2016 não fazia nada e depois subitamente começou a fazer e teve um desfecho favorável."
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O deputado socialista assegura que é "falso que tenha havido um perdão", favorecimentos ou incompatibilidades, e rejeitou ainda que tenha decidido sair por antecipar um parecer desfavorável da comissão parlamentar de Transparência relativo à sua participação numa reunião com assessores governamentais e a presidente executiva da TAP na véspera de uma audição parlamentar.
O líder do Chega disse esta sexta-feira que vai reunir-se com o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, no próximo dia 20, e que pretende pedir uma fiscalização de "reuniões preparatórias" das bancadas parlamentares.
"Após esta reunião, que consideramos da maior gravidade e que deve ter consequências de várias naturezas, o Chega pediu uma reunião com urgência ao Presidente da Assembleia da República, reunião essa que foi concedida e está agendada para a próxima semana, no dia 20. O Chega vai pedir e propor ao Presidente da Assembleia da República que faça uma fiscalização do que ocorreu no passado em relação a este tipo de reuniões preparatórias e que não permita que este tipo de reuniões continue ou possa ocorrer novamente", afirmou.
As declarações de André Ventura aos jornalistas surgem na sequência da polémica em torno da reunião preparatória entre deputados socialistas, elementos do executivo e a então presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, antes de uma audição parlamentar.
"Já disse que estas reuniões não são aceitáveis e que não devem voltar a ocorrer. Portanto, o que estamos a assistir neste momento é um 'passa-culpas' dentro do Partido Socialista (PS) ou então uma divergência insanável entre aquilo que pensa a bancada parlamentar do PS e aquilo que pensa o presidente da Assembleia da República", referiu.
André Ventura defendeu que Santos Silva dê orientações aos deputados socialistas para que este tipo de reuniões preparatórias não se repitam no futuro.