Exploração de lítio em Boticas. Empresa espera que projeto seja "referência ambiental"
Diogo da Silveira, administrador do Savannah Group, em declarações à TSF, confessa ter a expectativa de obter, "no princípio do próximo ano, a licença para avançar de facto com o projeto".
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O administrador da empresa mineira que vai explorar lítio no concelho de Boticas, no distrito de Vila Real, garante que o projeto é agora totalmente diferente daquele que foi apresentado inicialmente e motivou toda a contestação e revela ter a ambição de que o projeto seja uma "referência do ponto de vista ambiental".
Diogo da Silveira, administrador do Savannah Group, entrevistado no programa Negócios em Português, na TSF, reconhece o contributo positivo dos autarcas da região e da população local, mesmo que a contestação continue.
"As populações locais talvez não tenham ainda entendido nem todos os benefícios, nem o facto de as consequências estarem geridas e minimizadas, e os riscos mitigados e, portanto, a responsabilidade será nossa de continuar a dialogar e a encontrarmo-nos com as populações para os ouvir, perceber e explicar", promete.
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Apesar de defender que o diálogo com a comunidade local e a autarquia esteve sempre presente, Diogo da Silveira admite que tem havido "mais interação ao longo destes últimos meses, do que teria havido em todos os anos anteriores", uma relação que permite "entender melhor as preocupações de todos e os desejos".
O administrador afirma que a Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável condicionada, pela Agência Portuguesa do Ambiente, ao projeto da empresa é "favorável" e "permite passar à sua fase seguinte, que tem dois aspetos fundamentais".
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"Um primeiro aspeto é desenvolver o plano detalhado do estudo, em todas as suas vertentes, em siglas inglesas é um DFS, portanto, Detail Feasibility Study, e depois tem uma vertente específica na componente ambiental, ao que se chama o recap, que dura talvez nove a 12 meses e no fim do qual haverá, então, uma licença ambiental", explica.
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"Por enquanto, a opinião é favorável", mas o administrador confessa ter a expectativa de obter "no princípio do próximo ano, a licença para avançar de facto com o projeto".
Para conseguir este aval positivo, Diogo da Silveira destaca as alterações a que o projeto foi submetido, no sentido de fortalecer o compromisso com a população.
"Por exemplo, a água que é sempre um aspeto importante, nós comprometemo-nos a não retirar nenhuma água do rio Covas, através da criação de reservatórios que vão captar as águas fluviais. Do ponto de vista do transporte nós não vamos atravessar nenhuma população e propusemo-nos a construir e financiar uma variante que vai ligar a saída de Boticas até ao nó da A24. Do ponto de vista do ruído, decidimos só operar durante o dia", explica.
Como prova desse esforço, Diogo Silveira promete um sistema de vigilância para monitorizar a evolução projeto e as suas consequências a partir de uma aplicação móvel.
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"Nós vamos ter um conjunto de elementos que vamos monitorizar durante 24h e que vão estar de resto disponíveis para a população através de uma app. Portanto, aspetos como ar, qualidade do ar, ruído, vibrações, qualidade da água, isso está registado em tempo real, através de uma série de sensores espalhados ao longo da área do projeto e das áreas circundantes", destaca.
Atualmente, a mina de lítio do Barroso, já tem um custo estimado no dobro do inicial.
De cem milhões de euros, o investimento já passou para 200 milhões de euros e vai obrigar a empresa a encontrar mais fundos para seguir em frente.