Explosão de caixas de multibanco é um crime importado, diz Observatório de Segurança
Os recentes assaltos a caixas de multibanco com recurso a uma explosão de gás é um processo «inteligente» que foi importado e que está a ser perpetrado por estrangeiros, explicou à Lusa o presidente do Observatório de Segurança (OSCOT), José Manuel Anes.
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«Este tipo de actuação veio claramente do estrangeiro, Espanha, França, mas também Austrália e África do Sul. A formação inicial do grupo tem elementos estrangeiros, mas depois associam um ou outro elemento português, porque estes conhecem melhor o terreno e servem para a fase da preparação prévia do crime», precisou o criminalista.
A utilização deste "modus operandi" para assaltar caixas de multibanco permite que as notas não sejam destruídas.
«Com o gás, a explosão da caixa é imediata e paralisa o sistema de tintagem das notas, evitando a sua inutilização. É um processo inteligente, tem de se admitir», acrescentou.
Este tipo de crimes organizados pressupõe também um reconhecimento prévio dos locais e são muito difíceis de combater.
«É muito difícil desmantelar estes grupos, mas não é impossível, há o recurso à vídeovigilância, que fornece sempre elementos interessantes. É preciso ter paciência», referiu José Manuel Anes.
Porém, adiantou o especialista em segurança interna, dado que muitos dos elementos do grupo são estrangeiros, o combate ao crime necessita de «cooperação internacional».
«Devido à livre circulação das pessoas [no espaço schengen], os criminosos entram e saem e governam-se à vontade», referiu.