Portugal assume um quinto lugar na tabela europeia do rácio de crédito malparado, uma descida de duas posições no espaço de um ano.
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Os últimos dados da Autoridade Bancária Europeia (EBA), que dizem respeito ao primeiro semestre do ano e foram publicados este mês, mostram que, em relação ao crédito mal-parado, Portugal desceu, mas continua no topo da tabela.
Neste relatório, Portugal teve a terceira maior descida do rácio de crédito mal-parado (3,2 pontos percentuais), atrás da Grécia e de Chipre, que têm rácios mais elevados.
O crédito mal-parado é medido pelo rácio de NPL (a sigla em inglês para Non-Performing Loans ou créditos Não-Produtivos) e Portugal é o quinto país com o maior rácio (5,7% do total da carteira de crédito), atrás de Itália (6,1%), Bulgária (7,7%), Chipre (15,5%) e Grécia (30,3%).
Em setembro de 2019, Portugal tinha o terceiro rácio de NPL mais elevado da Europa e agora, em 2020 passa para o quinto lugar europeu, onde a média se situa em 2,9%.
Também o Banco de Portugal (BdP) evidencia que, nos últimos anos, o país nunca esteve tão bem em relação ao rácio de NPL.
O rácio de NPL (que reflete o peso do crédito mal-parado no total do crédito concedido) em Portugal passou de 8,3% em junho de 2019 para 5,5% em junho de 2020, revela o BdP.
Uma das razões apontadas pelos especialistas para esta tendência de descida do rácio de NPL tem a ver com a tendência de venda das carteiras de crédito mal-parado detidas pelas instituições bancárias.
Os principais bancos portugueses conseguiram melhor o rácio de NPL no terceiro trimestre do ano.
CGD
A qualidade da carteira de crédito da Caixa Geral de Depósitos (CGD) teve uma melhoria nos primeiros nove meses do ano, já que 4,2% do crédito da estava classificado como incumprimento em setembro, quando o rácio de mal-parado (NPL) se colocava em 6,6% um ano antes. O que significa uma descida de 1,5 mil milhões de euros.
BCP
Já o rácio de NPL do Millenium BCP era de 3,5% em setembro de 2020, contra 4,7% em setembro de 2019, uma melhoria de 600 milhões de euros.
BPI
No BPI, o rácio era de 2,3% no final dos primeiros nove meses do ano e compara com 3,1% em setembro de 2019, o que perfaz menos 103 milhões de euros.
NB
O Novo Banco (NB) foi quem teve o melhor desempenho porque vinha de uma situação muito delicada. O rácio de NPL do NB desceu para 9,7%, "atingindo pela primeira vez um rácio de um só digito", pode ler-se no relatório de contas do banco, quando em setembro de 2019 era de 19,9% e em 2016 era 33,4%.
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