A Associação Nacional de Freguesisas realizou um estudo sobre as consequências financeiras da extinção de freguesias. O que se vai poupar em dinheiro vai sobrar em falhas nos serviços. Estudo vai ser entregue ao Presidente da República.
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A Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) vai apresentar ao Presidente da República um estudo que aponta para uma poupança anual inferior a 6,5 milhões de euros em resultado da extinção de cerca de mil freguesias. O estudo será apresentado a 12 de julho na reunião com Cavaco Silva, mas alguns destes dados já foram, entretanto, disponibilizados à troika.
O responsável da Associação acrescentou tratar-se de uma «projeção técnico-contabilista» das consequências da aplicação da reorganização administrativa, admitindo a extinção entre mil a 1.060 freguesias.
«A poupança não será superior a 6,5 milhões de euros. Não vale a pena, do ponto de vista da tensão e da agitação social, da quebra das ações de voluntariado que prestamos às populações. Não vale de todo a pena», afirmou Armando Vieira. Ainda assim, o mesmo responsável admite que «faz sentido uma reforma», para «dar escala» às freguesias, mas «refletida local e livremente».
No encontro marcado para Belém, a 12 de julho, o presidente da ANAFRE garante que vai «alertar para as tensões que se adivinham na sociedade portuguesa. Dizer-lhe que a economia de custos não vale a tensão que vai acrescentar às tensões que já vive a sociedade portuguesa».