"Extraordinariamente importante." Estudantes e diretores aplaudem abertura de cursos de medicina a alunos estrangeiros
Em declarações à TSF, o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e a presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina saúdam a decisão do ministro da Educação, Fernando Alexandre
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O diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa aplaude a abertura dos cursos de medicina a alunos estrangeiros. Na Grande Entrevista TSF-JN, o ministro da Educação, Fernando Alexandre, revelou que a partir do próximo ano letivo, os cursos de medicina vão poder receber alunos internacionais, algo que, atualmente, não é permitido nas universidades públicas. Ouvido pela TSF, o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, João Eurico Cabral da Fonseca, não podia estar mais satisfeito.
"É excelente, é uma ambição de há muitos anos das faculdades de medicina do país... das faculdades públicas, uma vez que a faculdade privada da Universidade Católica já tinha esse direito. Isto é extraordinariamente importante para fomentar a internacionalização destas escolas em todos os aspetos. Receber estudantes internacionais expõe os alunos a ambientes diferentes, exige mais dos docentes, contribui para a internacionalização científica, é muitíssimo importante", explica à TSF João Eurico Cabral da Fonseca, defendendo que as universidades devem fixar um contingente para os alunos estrangeiros que queiram tirar o curso de medicina em Portugal.
"Esse contingente tem de ser regulamentado, evidentemente, como, aliás, há vários contingentes nas universidades públicas. Eu acho que deveria ser uma reflexão conjunta das escolas médicas, das próprias universidades, envolvendo os reitores, o ministro da Educação e provavelmente também a ministra da Saúde, para se chegar a um número que faça sentido, que não seja ridiculamente pequeno, porque depois também não vai ter impacto nas faculdades, mas que, por outro lado, tenha um limite que não coloque em risco outras características necessárias destas faculdades de medicina, que são um serviço público fundamental", considera.
Também em declarações à TSF, a presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina, Rita Ribeiro, saúda a decisão, que vem ao encontro do que já tem sido pedido.
"Tem sido um pedido que já é feito há algum tempo. Da nossa parte, faz todo o sentido, desde que se garanta que, depois, os princípios de planeamento são bem feitos, ou seja, que existe uma informação dada sobre o número de vagas que são passíveis de serem abertas e que isso permita uma gestão com aquilo que são os restantes contingentes, no sentido de o número de vagas na totalidade ser o mais adequado possível para garantir a manutenção da qualidade da formação", sublinha, esperando que esta abertura seja "o primeiro passo" para aumentar o financiamento das escolas médicas.
"Pode ser também uma garantia de que o financiamento consegue melhorar, porque nos últimos anos tem havido um aumento do número de estudantes de medicina e do número de vagas aberto, sobretudo no concurso nacional de acesso, sem, no entanto, ter havido uma atualização do financiamento das escolas médicas", acrescenta.
A TSF contactou ainda a Ordem dos Médicos para obter esclarecimentos sobre a abertura dos cursos de medicina a estudantes estrangeiros, mas até momento não obteve resposta.