Fábrica de Esposende adaptou produção na pandemia e faturou meio milhão com álcool gel
Em 2019, as vendas "eram residuais", mas, a partir de março de 2020 e com a pandemia causada pela Covid-19, Miguel Rego conta que a Qualiquimica teve de se "adaptar para fazer produções de elevadas quantidades".
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O desinfetante de mãos passou de produto praticamente desconhecido do mercado a campeão de vendas, com o surgimento da pandemia. A fabricação de produtos como o álcool gel, tornou-se um filão até para pequenas empresas. É o caso da empresa de detergentes Qualiquimica, com sede em Esposende, que, de repente, adaptou a sua produção e só em 2020 fabricou e vendeu 200 mil litros de desinfetantes para as mãos, faturando meio milhão de euros.
"Já tínhamos o produto, mas em 2019 as vendas eram residuais. Essencialmente para lares de terceira idade. A partir de março de 2020, tivemos de nos adaptar para fazer produções de elevadas quantidades. Só nesse ano, produzimos 200 mil litros", conta Miguel Rego, referindo que a produção poderia ainda ter sido maior, mas foi travada nos primeiros tempos devido à falta de matéria-prima.
A fábrica, fundada em 2007, e até ali vocacionada para detergentes das linhas doméstica e industrial, e produtos de manutenção para diversas áreas e tratamento de águas, apostou forte em artigos de desinfeção de mãos e superfícies. E até criou novos produtos. "Temos o tradicional álcool-gel e lançamos também um de base alcoólica, mas sem o espessante, e um sabonete liquido também desinfetante. Não é um produto de secagem rápida, mas é para ser usado para lavagem, como os sabonetes líquidos tradicionais", adianta o empresário,
A Qualiquimica produz atualmente cerca de 200 produtos e os desinfetantes para combater o coronavirus passaram a pesar na produção. "Em 2020, falamos em 25 por cento, só para as mãos. No ano passado, baixou como era expectável, mas mesmo assim, pesou 12 por cento. E este ano obviamente será ainda menos, talvez dois, três por cento, mas em 2019 nem 0,1 por cento era", afirma Miguel Rego, considerando que os produtos para higiene e desinfeção das mãos ganharam um lugar cativo no mercado.
"Continuamos a vender desinfetante todos os dias. A nível de quantidades, claro que já não tem nada a ver com 2021 e muito menos com 2020, mas é um produto que entrou em gama e da mesma maneira que vendemos um detergente da roupa, um amaciador, um lava-tudo ou um desengordurante, também vendemos um desinfetante", conclui.