Esta sexta-feira, o Conselho de Escolas Médicas reúne-se e este será um dos temas em debate
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A partir do próximo ano, as escolas públicas de medicina do país vão começar a formar os técnicos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Esta sexta-feira à tarde reúne-se, na Universidade Nova de Lisboa, o Conselho das Escolas Médicas, que engloba as oito faculdades onde existe o curso de medicina. Um dos temas em análise será a futura colaboração com o INEM.
Helena Canhão, diretora da Faculdade de Medicina da Universidade Nova de Lisboa e presidente do Conselho de Escolas Médicas, sublinha que é preciso saber exatamente o que pretende aquele Instituto, mas salienta que há muito que as escolas médicas fazem formação. "Em suporte básico de vida, em formação pós-graduada na área do trauma, na assistência pré-hospitalar..., portanto isto é algo que estamos habituados a fazer”, garante.
A médica assegura que as faculdades de medicina têm os recursos humanos e técnicos para levar para a frente essa formação. “Teremos de verificar com o INEM quais os programas que são necessários, para que alvos, que pessoas, que tipo de formação, e depois faremos os programas adequados às necessidades”, adianta.
Helena Canhão explica que a sua escola já dá uma série de formações, nomeadamente sobre queimaduras e feridas no verão, simulam sismos ou incêndios para dar formação em trauma, ou ministram cursos de ressuscitação aos anestesistas. "Apesar de nós fazermos a formação de todos os profissionais de saúde do País nestas áreas, para os quadros do INEM esta formação era fornecida pelo próprio instituto", explica. "O que penso que o INEM chegou à conclusão é que tem muitas outras atividades que tem de assegurar e que (… ) pode externalizar para as faculdades de medicina o que eles faziam internamente."
Carlos Robalo Cordeiro, responsável pela Universidade de Medicina de Coimbra, será um dos diretores presentes na reunião do Conselho de Escolas Médicas e garante que a faculdade que dirige está preparada para dar esta formação aos técnicos do INEM. "A disponibilidade é total”, assegura. O médico adianta que, muitas vezes, essa parceria com a entidade de emergência médica já se fazia e lembra que nesta faculdade há alunos do 6.º ano que fazem o trabalho final do mestrado integrado de medicina em viaturas médicas do INEM. "É muito útil que esta colaboração se faça nesta fase da vida do INEM", acredita.