
Hospital Santa Maria, Lisboa
Global Imagens/Álvaro Isidoro
Com uma dívida de 300 milhões de euros, o Centro Hospitalar Lisboa Norte, que inclui o Santa Maria e o Pulido Valente, vai ser alvo de redução de serviços e de um corte de 40% nas chefias.
A debilidade das contas nas duas unidades era já conhecida, mas não a dimensão. O Diário de Notícias conta na edição de hoje, que das cerca de 80 chefias intermédias, o objetivo é cortar em 30, ou seja, uma redução de 40 por cento até ao final do ano.
O presidente do Centro Hospitalar Lisboa Norte, que inclui os hospitais Santa Maria e Pulido Valente, quer acabar com a duplicação, fundindo serviços entre os dois hospitais.
Nesta altura, estão já em fase de fusão os serviços farmacêuticos, a cardiologia, cirurgia geral, vascular e otorrino. E o processo é considerado urgente.
Entrevistado pelo Diário de Notícias, Carlos Martins garante que esta mudança não vai afetar os cuidados de saúde que são prestados: medicamentos, consultas e cirurgias vão continuar a ser disponibilizados sem problemas.
O presidente do Centro Hospitalar Lisboa Norte também assegura que não vai haver despedimentos e os salários serão pagos a horas, apesar da falência técnica do Santa Maria e Pulido Valente.
Contactado pela TSF, Carvalheira Santos, coordenador da Comissão de Humanização e Qualidade dos Serviços do Hospital Santa Maria, acha que os serviços não vão ser afetados. Pelo contrário, diz Carvalheira Santos, esta reorganização pode contribuir até para uma melhoria dos serviços prestados.
Já Sérgio Esperança, presidente da Federação Nacional de Médicos suspeita que os utentes vão sair prejudicados, por isso, está preocupado com esta reestruturação.
A dívida chega aos 300 milhões de euros, sendo a maior fatia a dívida aos fornecedores externos. Mesmo assim, Carlos Martins sublinha que baixaram os prazos de pagamento e a despesa com os medicamentos.
Seja como for, a melhor expetativa é que no final do ano, o Centro Hospitalar consiga sair da falência técnica.