Estudo conclui que melhorar a comunicação dentro das organizações pode reduzir custos operacionais e aumentar a motivação dos funcionários.
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A comunicação interna ainda é um problema nas empresas em Portugal, e isso pode estar a afetar a eficácia no trabalho destas organizações. Um estudo de uma consultora, que envolveu mais de 70 empresas que operam em Portugal, chegou à conclusão de que quase metade das empresas (44%) não apostam na formação em comunicação para os funcionários, o que "poderá representar um obstáculo à eficácia" da comunicação no interior das organizações.
Mariana Blanc, especialista estratégica em comunicação interna, defende as vantagens em fortalecer a comunicação interna nas empresas. Com mudanças nesta área, melhora-se o trabalho entre equipas, é possível reduzir falhas operacionais e "melhorar o posicionamento da empresa".
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"Uma comunicação interna deficitária implica que as equipas não trabalhem de uma forma oleada e alinhada, que não haja sinergias e que ao fim do dia não se trabalhe para o mesmo objetivo", aponta. A especialista sublinha que os impactos são uma realidade "a curto prazo, não só ao nível da motivação das equipas, mas também a médio e longo prazo a estratégia de negócio não será atingida".
O risco de perder trabalhadores
A análise, deste que é o primeiro estudo sobre comunicação interna a ser feito em Portugal, destaca o papel da pandemia neste campo. 68% das empresas afirmam que o período pandémico mudou a forma como comunicam com os seus trabalhadores.
Mariana Blanc lembra que a falta de comunicação interna pode ser um "desastre" para uma empresa. As organizações que não apostem nesta área, correm o risco de perder colaboradores. "Pode ser um desastre. Porque isso faz com que as pessoas possam ir embora da empresa porque não percebem o que é que está a acontecer à volta delas. Porque não conseguem perceber para onde é que a empresa caminha", defende.
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"Não seria a primeira vez que os colaboradores descobrem coisas pela comunicação social. Descobrem novos produtos ou novas áreas de negócio que estão a ser desenvolvidas, e que eles próprios, que trabalham na empresa, não sabem. Este desfasamento entre o que está a acontecer ao nível do negócio e ao nível do que as pessoas sabem pode criar grandes entropias e desconstruir o compromisso e o sentimento de pertença", sublinha a especialista.
A análise, da consultora Mercer, destaca que o principal desafio da comunicação interna passa por estabelecer um vínculo emocional com os colaboradores, e fazer com que estejam mais motivados. "Este é um desafio permanente. E é um desafio de todos, e não apenas do responsável de comunicação interna", reforça Mariana Blanc. Os trabalhadores "querem cada vez mais trabalhar com a empresa e não apenas trabalhar para a empresa".