Mais de 20 médicos do IPO do Porto fizeram queixa do diretor do serviço de Oncologia Cirúrgica por alegadamente privar os clínicos do descanso previsto na lei depois de 24 horas na urgência.
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Numa carta dirigida ao ministro Paulo Macedo e à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, os 22 médicos do Instituto Português de Oncologia (IPO) denunciam que o diretor do Serviço de Oncologia Cirúrgica daquela unidade se recusa a conceder o dia de descanso obrigatório por lei desde novembro do ano passado.
No documento, a que a TSF teve acesso, os clínicos adiantam que o mesmo responsável «agenda os médicos do serviço para a realização de cirurgias altamente diferenciadas e complexas no dia seguinte ao trabalho de urgência».
Uma situação que os cirurgiões apelidam de «ilegal» e consideram pôr «em risco a segurança dos atos médicos praticados e a saúde dos doentes».
À carta, enviada a 2 de fevereiro, junta-se um abaixo-assinado dirigido dias antes, a 26 de janeiro, ao presidente do Conselho de Administração do Instituto, no qual os 22 médicos do IPO do Porto pedem que faça com que o direito ao descanso compensatório «seja assegurado de acordo com a lei».
No documento, explicam que «depois de terem solicitado no mesmo sentido o diretor do Serviço de Oncologia Cirúrgica» foram informados de que não havia instruções por parte do Conselho de Administração para garantir o dia de descanso após a realização de 24 horas de serviço de urgência.
Contatado pela TSF, o Conselho de Administração do IPO do Porto disse não estar disponível para pagar mais horas extra enquanto não for esclarecido se o descanso compensatório, após serviço de urgência, deve ou não ser feito com prejuízo do horário normal de trabalho.
Já o Ministério da Saúde ainda não se manifestou sobre esta matéria.