Lixo acumulado, contentores cheios e presença de pragas são as principais queixas reportadas por habitantes de áreas metropolitanas que colocam a capital portuguesa no topo da lista de cidades mais visadas, a que não escapam autarquias da margem sul do Tejo, nem da zona saloia serrana.
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O Portal da Queixa analisou os dados reportados por cidadãos na sua plataforma relativamente à falta de higiene urbana nas suas localidades, identificando um crescimento superior a 9% no número de reclamações dirigidas às autarquias.
Começa por concluir que desde o início do ano, há registo de centenas de reclamações, desde denuncias de falhas na recolha de resíduos à proliferação de pragas e Lisboa, Almada e Sintra acolhem o maior número de queixas.
Entre 1 de janeiro e 15 de setembro de 2025, foram registadas 266 reclamações, o que representa um aumento exato de 9,47% face ao período homólogo de 2024.
As denuncias referem-se a situações de lixo acumulado nas ruas, contentores cheios e falta de recolha de resíduos, sendo ainda relatados, nos casos mais graves, a presença de ratos e baratas em espaços públicos.
A análise mostra que o mês de junho foi particularmente crítico, registando um crescimento de 88% face ao mesmo mês do ano anterior. Já o primeiro semestre de 2025 apresentou um aumento global de 10% em relação a 2024.
Segundo os dados, a Câmara Municipal de Lisboa surge como a entidade mais visada, concentrando 24,44% das reclamações. A seguir, aparece a Câmara Municipal de Almada, com 12,03% e Sintra com 5,26%.
Outras autarquias visadas, Loures recolhe 4,51% das queixas. Oeiras, Sesimbra e Valongo registam todas cerca de 3,38%. Só depois surge Vila Nova de Gaia com 3,01% das reclamações, Cascais com 2,63% e por fim Matosinhos com 2,63% entre as mais mencionadas.
De acordo com o comunicado do Portal da Queixa, os testemunhos recolhidos dão uma dimensão clara do problema vivido no dia a dia dos cidadãos e dá o exemplo de Nuno Caeiro, morador em Lisboa, que deu conta que “à medida que o senhor do lixo retirava o lixo dentro dos caixotes… saltavam as baratas para cima dele e para o chão. Já é a segunda desbaratização que faço em casa, um serviço que não é barato.”
Outro exemplo adiantado, o de Maria, residente na Amadora, que denunciou a existência de uma “praga de baratas no concelho”, lamentando a falta de atuação por parte da autarquia.
Outro testemunho, o de Andreia Apolinário, habitante da capital portuguesa, que adiantou que “as baratas são muitas a andar na rua e vêm para dentro de casa, assim como ratazanas a passear de casa em casa quando vamos na rua com os nossos filhos.”
Numa análise aos dados recolhidos, Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa indica que “os dados revelam que a perceção negativa dos cidadãos em relação à higiene urbana está a aumentar, especialmente em grandes centros urbanos. Os relatos expõem, não só, falhas na recolha regular de resíduos, como também, problemas de saúde pública devido à proliferação de pragas em zonas habitacionais. “
Este responsável adianta ainda que o Portal da Queixa vai continuar a monitorizar a evolução destas reclamações dirigidas aos governos locais, reforçando a necessidade de haver um papel de voz ativa dos cidadãos, na exigência de serviços públicos mais eficazes.