Falta de medicamentos devido ao coronavírus? DGS garante plano de contingência
A diretora-geral da Saúde desdramatiza a possibilidade de surgirem problemas de abastecimento de medicamentos, devido ao surto de coronavírus.
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Apesar de cerca de 80% dos principais ativos farmacêuticos utilizados na Europa serem fabricados na Ásia, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas afirma que a China "não tem o monopólio da produção".
A ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu, esta quinta-feira, que o abastecimento de medicamentos pode ser comprometido por eventuais problemas. Em causa, indicou a ministra, está o facto de "muitas empresas e uma parte da indústria farmacêutica terem na sua produção países de regiões mais afetadas" pelo coronavírus.
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Esta sexta-feira, em declarações à TSF, a diretora-geral da Saúde garantiu, contudo, que há produtos "feitos em Portugal" e que "a China não tem o monopólio da produção, nem nada que se pareça".
Ainda assim, as autoridades de saúde mundiais estão já a adotar medidas de contingência, para o caso de a falta de medicamentos se tornar uma realidade.
"Há um mecanismo europeu para estas situações que, obviamente, está a ser ativado. A Agência Europeia do Medicamento (EMA), outras agências mundiais e também o Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde estão a trabalhar nesta questão de ver a produção, de ver as matérias-primas, de ver até que ponto a produção se pode expandir", assegurou Graças Freitas.
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"Estão a ser vistos todos os mecanismos para garantir que, se houver uma epidemia à escala global, os medicamentos essenciais existirão em quantidade suficiente para tratar as pessoas", declarou à TSF.
De qualquer forma, Graça Freitas garante que não há motivo para alarme e que não é necessário "fazer nenhum tipo de reserva de medicamentos em casa".
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"Uma coisa é o momento atual, outra coisa é a preparação para a eventualidade - é por isso que se chamam planos de contingência", reparou a diretora-geral da Saúde.
"Neste momento, estamos todos descansados. A vida está a decorrer com normalidade para esta época. Não há surtos ativos na Europa, não houve cadeias de transmissão importantes; a doença continua localizada na China", frisou.
Também Rui Ivo, presidente do Infarmed, garante que não há motivos para alarme. "Os sistemas estão a funcionar (...) podemos estar serenos"
Em declarações TSF, o responsável explica que o Infarmed está a acompanhar e monitorizar a situação" do acesso aos medicamentos, em contacto com a indústria farmacêutica.
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Se houver uma falha nas matérias primas provenientes da China para a produção de medicamentos é possível encontrar alternativas noutros países, assegura ainda Rui Ivo.