Portugal desperdiçou 6.000 doses da vacina? Ministério da Saúde garante que não
Governo garante que norma que autoriza o uso de seis doses por frasco, em vez de cinco, já está em prática.
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O Ministério da Saúde assegura que "é falso" que Portugal tenha desperdiçado 6.000 doses da vacina contra a Covid-19.
Em causa está uma notícia avançada esta sexta-feira pelo Expresso, que denunciava o desperdício de uma dose por cada frasco da Pfizer, apesar de o laboratório fornecedor já ter indicado que podiam ser preparadas seis e não cinco doses por frasco.
O jornal escreve que o Infarmed autorizou a preparação de seis doses, mas o procedimento não estaria ainda em prática por falta uma norma da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Segundo o Expresso, até terça-feira "tinham sido administradas 32 mil vacinas, ou seja, foram abertos seis mil frascos, e de cada um foi deitada fora uma dose".
Num comunicado enviado às redações, o ministério da Saúde garante, contudo, que "enquadramento a prática generalizada dos postos de vacinação tem sido a utilização da 6.ª dose, cumpridas que sejam as condições exigidas."
Os profissionais de saúde estão autorizados a extrair seis doses de cada frasco, "desde que fosse sempre verificado e assegurado o volume de 0,3 ml previamente a cada administração".
Ao contrário do que escreve o jornal, esta nota foi "divulgada e disseminada estando a ser praticada na administração desta vacina", assegura o gabinete de Marta Temido.
A primeira norma enviada aos profissionais de saúde, aquando o arranque da vacinação em Portugal, a que a TSF teve acesso, determina a utilização de cinco doses de 0,3 ml após a diluição por cada frasco para injetáveis de 0,45 ml. Entretanto, segundo fonte ligada à administração das vacinas consultada pela TSF, terão posteriormente sido dadas instruções para uso das seis doses, o que está ser cumprido.
Entretanto, esta sexta-feira, a Agência Europeia de Medicamentos atualizou as informações sobre a vacina covid-19 da Pfizer/BioNTech esclarecendo que cada frasco contém o suficiente para seis doses, em vez das cinco recomendadas até agora.
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A vacina da Pfizer foi a primeira a ser autorizada e a chegar a Portugal. A da Moderna, que também implica duas administrações, começa a ser entregue na próxima semana (260 mil unidades até março) e está pronta a usar.
Em Portugal a campanha de vacinação contra a covid-19 iniciou-se em 27 de dezembro nos hospitais, abrangendo os profissionais de saúde, e já se estendeu-se aos lares de idosos.
A primeira fase do plano de vacinação, até final de março, abrange também profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços críticos.
Nesta fase serão igualmente vacinadas, a partir de fevereiro, pessoas de idade igual ou superior a 50 anos com pelo menos uma das seguintes patologias: insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal ou doença respiratória crónica sob suporte ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração.
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A segunda fase arranca a partir de abril e inclui pessoas de idade igual ou superior a 65 anos e pessoas entre os 50 e os 64 anos de idade, inclusive, com pelo menos uma das seguintes patologias: diabetes, neoplasia maligna ativa, doença renal crónica, insuficiência hepática, hipertensão arterial, obesidade e outras doenças com menor prevalência que poderão ser definidas posteriormente, em função do conhecimento científico.
Na terceira fase será vacinada a restante população, em data a determinar.
As pessoas a vacinar ao longo do ano serão contactadas pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Notícia atualizada às 11h48 com resposta do Ministério da Saúde
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