Falta diagnosticar um terço dos doentes. Apresentadas novas orientações para o tratamento da diabetes
Prevenir, mas também sensibilizar para o diagnóstico precoce e tratamento adequado são as recomendações da sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo de Endocrinologia.
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Desde há 30 anos que os medicamentos e os tratamentos para a da diabetes de tipo 2 têm evoluído e, hoje em dia, já não servem apenas para controlar os níveis de glicemia - permitem também controlar o aparecimento de outras patologias, como problemas cardiovasculares ou doenças renais.
No último fim de semana, o Congresso Português de Endocrinologia/74.ª Reunião da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo de Endocrinologia apresentou, novas orientações para o tratamento.
O objetivo, explicou João Jácome de Castro, presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM) à TSF, é "promover uma nova atitude" junto dos médicos que tratam as pessoas com diabetes e também os novos fármacos.
Há duas preocupações fundamentais a ter em conta aponta: "centrar qualquer ação terapêutica na diabetes - na pessoa, no doente" e "definir cuidadosamente objetivos terapêuticos".
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Um grande número de casos de diabetes está por diagnosticar, alerta João Jácome de Castro. "Estima-se que cerca de um terço das pessoas com diabetes não esteja diagnosticada" e entre as pessoas que já receberam um diagnóstico "estima-se que um terço não estejam adequadamente controlados".
O motivo? "Há ainda alguma inércia no diagnóstico", apesar de ser "muito fácil diagnosticar diabetes", considera o presidente da SPEDM. "Devemos preocuparmo-nos mais, sobretudo em determinados grupos de risco.
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No entanto, defende, isso deve ser encarado como "uma oportunidade, não como uma desgraça", defende João Jácome de Castro.
"Saber que há muitos diabéticos que não estão diagnosticados é um desafio para diagnosticar mais. Saber que há muitas pessoas com diabetes que não estão diagnosticadas é um desafio para tratar melhor."
O presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM) defende que "tem que haver um braço dado entre médicos, doentes com diabetes e população em geral (...) neste combate".
É preciso mais conhecimento sobre a doença e para isso é preciso investir na a divulgação e sensibilização: "hoje em dia não basta as coisas existirem, é preciso comunicá-las", lembra João Jácome de Castro. Este é o caminho da prevenção - outro é o do tratamento: "É precioso formar os médicos e sensibilizá-los para vencerem a chamada inércia terapêutica."