"Falta sustentação" na versão preliminar do plano estratégico de recuperação do país
David Justino aponta ainda como falha a falta de um balanço do crescimento do país nos últimos dez anos e a falta da definição e quantificação de "metas e objetivos".
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O vice-presidente do PSD, David Justino, considera a versão preliminar do plano de recuperação do país pouco sustentada, ou seja, "trata-se de um enunciado de ideias bem articulado, escrito e sistematizado", mas com falta de evidência empírica.
"Há falta de sustentação de evidência empírica das opções que se fazem. Julgo que era possível ir um bocadinho mais além relativamente a essa sustentação", admite durante o programa da TSF "Almoços Grátis".
David Justino defende que este plano - "Visão Estratégica para o plano de recuperação económica e social de Portugal 2020-2030" - devia ter como termo de comparação o estudo sobre a competitividade da economia portuguesa elaborado por Michael Porter há 26 anos para perceber que aspetos desse modelo devem ser recuperados e que aspetos devem ser corrigidos.
O social-democrata aponta ainda como falha a falta de um balanço do crescimento do país nos últimos dez anos e a falta da definição e quantificação de "metas e objetivos".
Ainda assim, o vice-presidente do PSD destaca quatro aspetos positivos do plano elaborado por António Costa e Silva: o foco no papel das empresas na recuperação da economia, a importância da intervenção do Estado numa altura em que o investimento privado escasseia, o foco nos recursos endógenos e a interpretação do posicionamento geoestratégico com foco nos parceiros do Atlântico.
"Este programa não pode ser na sua totalidade cumprido"
No mesmo plano, também no programa da TSF "Almoços Grátis", o presidente do PS, Carlos César, defende que "este programa não pode ser na sua totalidade cumprido", uma vez que menciona obras "que não serão todas aquelas obras as obras que teremos de fazer e não serão apenas aquelas obras públicas que terão de ser feitas".