Sobre o julgamento que começa esta quinta-feira, o advogado da família de Rui Pedro, jovem que desapareceu há 13 anos, frisou o que importa é «saber a verdade».
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O advogado que representa a família de Rui Pedro, desaparecido há 13 anos, frisou que a sua intenção não passa pela condenação de inocentes.
Em declarações à TSF, Ricardo Sá Fernandes espera que o julgamento que começa esta quinta-feira faça com que Afonso Dias, o principal acusado do rapto deste jovem, seja «condenado se for culpado e que se for inocente seja absolvido».
«Conheço bem o processo e acompanhei a investigação. Acho que a acusação é sólida, mas a defesa ainda abriu pouco o jogo, portanto vamos ver fala ou não fala», acrescentou.
Este advogado garantiu ainda que a postura da família de Rui Pedro será de «querer saber a verdade».
Por seu lado, o advogado de defesa de Afonso Dias considera «contraditório» o relato de uma prostituta que diz ter estado com o arguido deste caso e com Rui Pedro há 13 anos.
Ouvido pela RTP, Paulo Gomes recorda que este testemunho foi prestado «10 ou 12 anos» depois dos factos e lembra que a «memória humana é mais fresca por altura dos factos».
O advogado lamentou que a prostituta tenha falado sobre este caso informalmente por altura dos factos e sublinhou que o facto de Afonso Dias «não ter justificação aparente para um período da tarde desse dia não pode ser entendido como um sinal de culpa dele».
«Deve ser entendido como um sinal de que existe pelo menos uma dúvida que deve ser interpretada a favor dele», acrescentou.
O Tribunal de Lousada começa, esta quinta-feira, o julgamento deste caso que tenta apurar o que realmente aconteceu a 4 de Março de 1998, dada em que Rui Pedro, então com 11 anos, desapareceu.
O caso só começou a ser investigado pela Polícia Judiciária duas dias depois de o desparecimento ter sido comunicado à GNR de Lousada.
Depois de uma investigação que se centrou na ligação a redes internacionais de pedofilia e pornografia, com a mudança da equipa de investigação em 2007 foram depois ouvidas novamente todas as testemunhas.
No despacho de pronúncia, o juiz titular do caso considera haver indícios e sinais objectivos da prática do crime de rapto qualificado feito por Afonso Dias.