Família diz ter apresentado queixa contra lar de Queluz. Segurança Social desconhece
O idoso infetado com Covid-19 estava proibido de contactar os familiares. A família pondera avançar com queixa-crime.
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O pai de António Santos teve de ser hospitalizado nas últimas horas e já deixou o Centro de Bem-Estar Social de Queluz (CBESQ). O idoso, de 89 anos, está infetado com Covid-19 e os familiares queixaram-se de que o Lar não o deixava falar telefonicamente com os familiares.
António Santos garante ter feito queixa. "Foi feita uma queixa à Segurança Social e à Direção-Geral da Saúde (DGS)", conta. "Enviei um email e recebi a resposta com aviso de receção. Agora o que estão a fazer com ele [o email] não lhe sei dizer".
No entanto, em resposta à TSF, o Instituto de Segurança Social diz o contrário. Afirma "não ter denúncias ou reclamações" relacionadas com este lar de idosos, nem "conhecimento formal" desta instituição estar a proibir contactos telefónicos com doentes Covid.
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A Segurança Social garante, no entanto, que "vai avaliar junto da instituição a veracidade" dos factos.
O filho, António Santos, considera que a atitude do Centro de Bem-Estar Social de Queluz vai ao arrepio de todas as regras estabelecidas pela DGS. "Em Portugal, até um homicida não fica privado do direito de contactar com a família", afirma. "Por que raio uma pessoa infetada com Covid está proibida de falar com o exterior?", questiona.
António Santos garante que vários familiares de utentes estão a pensar avançar com uma queixa-crime contra a instituição em causa.
Neste lar com 60 utentes, a DGS revelou, esta quinta-feira, que mais de metade (32 utentes) estão infetados. "Como é que isto pode acontecer, o que falhou e que medidas estão a ser tomadas?", pergunta o filho do utente. António Santos garante também que o seu pai não voltará para o lar.
Os familiares dizem ter recebido ainda denúncias de funcionários que falam em falta de higiene e má alimentação fornecida aos idosos.
Durante dois dias, a TSF tentou contactar a direção do lar, que recusou prestar declarações.
Vereador afirma que infeção começou numa utente
O vereador da área da ação social da Câmara Municipal de Sintra alega que a autarquia forneceu todos os equipamentos de proteção individual aos lares e a outras instituições.
O autarca garante que contactou o lar em causa porque, no seu entender, os familiares não podem ficar sem contacto com os utentes.