Caso é avançado pela Comissão de Proteção como exemplo do pouco apoio dado pelo Estado à vítimas de crimes violentos.
Corpo do artigo
A Comissão de Proteção às Vítimas de Crimes quer fazer um protocolo com a Ordem dos Psicólogos para ter consultas a preços mais acessíveis e "estender o apoio psicológico a vítimas de crimes violentos a todo o país, tratando todos de igual forma, independentemente do local de residência".
A proposta, que precisa de dinheiro do orçamento do Estado, está no relatório anual, de 2018, deste organismo do Ministério da Justiça responsável por receber, analisar e decidir os pedidos de indemnização a conceder pelo Estado às vítimas de crimes violentos e de violência doméstica.
TSF\audio\2019\06\noticias\05\nuno_guedes_11h
O documento a que a TSF teve acesso sublinha que as vítimas destes crimes necessitam urgentemente de apoio psicológico, apesar de "facilmente" se constatar que o serviço público de saúde tem "inúmeras fragilidades" nas consultas de psicologia e psiquiatria.
Por Skype
A Comissão dá exemplos e sublinha que "as Associações de Apoio à Vítima, na sua maioria, estão mais direcionadas para o apoio a vítimas de violência doméstica, sendo que tanto vítimas diretas de crimes violentos, como as vítimas indiretas, ou seja os seus familiares, sentem enormes dificuldades no acesso a outros tipos de apoio".
10978444
A APAV tem um protocolo com a Polícia Judiciária para apoiar psicologicamente as vítimas indiretas de homicídio, nomeadamente as famílias das vítimas, mas este apoio não chega, fisicamente, a todo o país: "Muitas vezes é feito através de meios informáticos como o Skype, o que impede um contacto direto entre o paciente e o técnico".
O relatório alerta que "é relativamente fácil apoiar psicologicamente pessoas que residam nas grandes cidades, o problema coloca-se quando as vítimas destes crimes residem no Interior de Portugal".