Segundo um estudo da Pordata, o aumento do número de desempregados contribuiu para um maior risco de pobreza.
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O risco de pobreza aumentou com a pandemia, especialmente para as famílias monoparentais. A conclusão está num estudo da Pordata, que analisou os impactos da pandemia em Portugal. No Dia Mundial da População, que se assinala esta segunda-feira, a Pordata confirma o aumento do número de óbitos: mais 10% em 2020 e mais 12% no ano passado. Em sentido contrário, caíram o número de casamentos e nascimentos. O risco de pobreza subiu com a paragem de muitas empresas.
Em declarações à TSF, a diretora da Pordata, Luísa Loura, destaca os números muito elevados no setor do turismo, que esteve praticamente congelado durante a pandemia.
"A parte do turismo foi, de facto, onde houve a maior quebra. Foi um setor que sofreu muitíssimo, porque não só em Portugal as pessoas estavam confinadas, mas em todo o mundo. Em percentagem, as dormidas desceram 63,2% e é mesmo imensíssimo", explica.
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As dormidas nos hotéis caíram a pique (mais de 60%), enquanto no turismo rural, a redução foi menor (34%). O número de desempregados subiu 22,5% de 2019 para 2020, algo que contribuiu para o aumento do risco de pobreza.
"A poupança aumentou, os levantamentos no multibanco também diminuíram muito, mas isso não significou que a pobreza tenha diminuído, porque algumas pessoas sofreram mesmo em termos do salário que ganhavam e isso fez aumentar a parte da população que não atingiu aquele liminar mínimo, que se considera o limiar abaixo do qual se fica em risco de pobreza. A percentagem de pessoas nessa situação de risco aumentou, principalmente, nas famílias com um adulto e uma criança", adianta.
Nas famílias monoparentais, o risco de pobreza subiu de 25,5% para os 30,2%. Depois da Covid-19, a Pordata está também a analisar os impactos da guerra na Ucrânia.