Para Ema Paulino, esta é também uma oportunidade para as farmácias hospitalares se concentrarem noutras áreas, como o combate às resistências microbianas.
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O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, o diploma que estabelece que os utentes do Serviço Nacional de Saúde vão passar a ter acesso aos medicamentos prescritos em hospital nas farmácias mais próximas de casa. A presidente da Associação Nacional de Farmácias, Ema Paulino, afirma que a dispensa de medicamentos em proximidade é um passo importante, até porque é um processo que já conta com vários projetos pilotos desde 2015.
"Vemos especialmente como uma conquista para as pessoas. Era algo que as pessoas já vinham a reivindicar há algum tempo, que os vários projetos pilotos que tiveram lugar nos últimos anos, pudessem evoluir para legislação que pudesse abranger o maior número de pessoas que é elegível para esta dispensa em proximidade", considerou, em declarações à TSF.
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Ema Paulino sublinha que estas são pessoas que "têm as suas patologias controladas" e que apenas se deslocavam às unidades hospitalares para "feitos de acesso à sua terapêutica", pelo que agora passam a ter acesso ao mesmo medicamento "com total segurança e com o aconselhamento farmacêutico, inclusivamente do farmacêutico que já as acompanha noutras patologias".
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Foi aprovado, na generalidade, o decreto-lei que estabelece o regime de dispensa em proximidade de medicamentos e outros produtos prescritos para ambulatório hospitalar prevê a dispensa de medicamentos em proximidade, um processo que a presidente da Associação Nacional de Farmácias reitera que será feito em total segurança e em colaboração com as farmácias hospitalares.
"O farmacêutico está totalmente habilitado, tem competências necessárias para aconselhamento, as farmácias têm todas as condições ao nível do armazenamento e também toda a confidencialidade que o projeto e o processo podem acarretar, portanto, neste momento nós já estamos na realidade a acompanhar mais de 20 mil pessoas nestes projetos de dispensa em proximidade", revela.
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A dirigente adianta assim que o objetivo é que ao longo dos próximos meses, os profissionais possam ir "integrando as pessoas que são elegíveis e que têm esta oportunidade de selecionar a sua farmácia para aceder ao medicamento, de forma progressiva" para que toda a população possa vir a beneficiar desta medida.
Ema Paulino confessa esperar que a medida fique operacional em breve.
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"A nossa expectativa é que possamos já começar a integrar pessoas neste processo de dispensa em proximidade com estas características no último trimestre do ano e, progressivamente, durante o ano de 2024, até podemos chegar ao potencial de pessoas envolvido, que como o Governo avança, poderão ser as 200 mil", esclarece.
A presidente da Associação Nacional de Farmácias adianta, ainda, que as farmácias têm o modelo de remuneração "associado à dispensa do medicamento" e explica que é desta forma que estas podem continuar a prestar um "serviço de qualidade", destacando que as farmácias portuguesas têm "uma média de 3,9 farmacêuticos com uma qualificação superior àquela que é a qualificação da União Europeia".
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Para Ema Paulino, esta é também uma oportunidade para as farmácias hospitalares se concentrarem noutras áreas, desde logo no combate às resistências microbianas.
"Esta não será uma medida de desresponsabilização dos colegas farmacêuticos hospitalares, muito pelo contrário, será um projeto colaborativo, de qualquer maneira ficam com mais oportunidade de puder contribuir para processos intra hospitalares", remata.