Farmácias de Bragança confirmam falta de medicamentos para tratar doenças crónicas
Dada a proximidade com Espanha, já há pessoas a passar a fronteira para comprar medicamentos que estão esgotados em Bragança.
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Nos últimos dias, tem vindo a público o problema da escassez de alguns medicamentos nas farmácias como consequência da guerra na Ucrânia. Ora, no distrito de Bragança, as farmácias confirmam que já existem ruturas de stock em alguns medicamentos, incluindo os que são para tratamento de doenças crónicas, como, por exemplo, a insulina para o tratamento da diabetes.
A maior escassez está nos comprimidos para a tensão arterial, colesterol, depressão, mas em que existem outras alternativas. O mais grave é a falta de insulina para pessoas diabéticas, porque tem vindo a ser usada por quem quer perder peso. "Estamos a falar de insulina sobre o qual não há nenhum substituto, logo tem que haver um controlo muito apertado e nós temos uma lista de utentes que vamos gerindo conforme as necessidades", refere a diretora técnica da farmácia "Bem-Saúde", em Bragança.
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A guerra na Ucrânia está a ter também impacto na comercialização e produção de medicamentos, de tal forma que há comprimidos que só vão estar disponíveis no próximo ano. "Por exemplo relativamente ao Inderal, um medicamento usado para a tensão arterial e controlo dos batimentos cardíacos, temos a indicação que só deverá chegar em fevereiro ou março de 2023, e os utentes estão a dizer-nos que os médicos estão a dizer-lhes para irem a Espanha porque lá existe a dosagem de 40 miligramas e com a receita médica conseguem comprar", adianta Eugénia Batista.
Juliana Silva, outra diretora técnica, da farmácia Cantarias, em Bragança, admite situações de rutura de stock levando mesmo a que alguns clientes tenham de atrasar o tratamento devido à falta do medicamento. "Posso falar em rutura porque não conseguimos arranjar as quantidades que pretendemos. Há utentes que não estão a levar a quantidade que pretendem para casa e a há utentes que no dia em que têm que fazer a toma, não o estão a fazer, porque não o conseguimos satisfazer para aquele dia", explica.