Farmácias vão dispensar medicamentos oncológicos a partir do próximo semestre
Os doentes oncológicos tinham de se deslocar aos hospitais para levantar os seus medicamentos. Agora, as farmácias vão começar a prestar esse serviço. À TSF, o bastonário dos farmacêuticos aplaude a medida e diz que "vai alterar para melhor a vida de muitos doentes".
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Uma ida ao hospital vai deixar de ser obrigatória para milhares de doentes que são obrigados a fazer uma deslocação para levantar os seus medicamentos. Agora, são as farmácias que vão passar a assumir esse papel. A medida já foi testada em alguns pontos do país, mas será alargada a todo o país.
O acesso facilitado às terapêuticas abrangem doentes oncológicos, pessoas infetadas com VIH, doentes da área da reumatologia e com doenças autoimunes. De acordo com o Jornal de Notícias, as mudanças vão ocorrer no segundo semestre do ano. Do lado das farmácias, haverá formação qualificada para os profissionais tendo em conta a evolução nas terapêuticas.
O bastonário da Ordem dos Farmacêuticos aplaude a decisão do Governo. À TSF, Hélder Mota Filipe diz que esta medida pode chegar a 200 mil doentes.
"Os doentes que até agora tinham que mensalmente se deslocar ao hospital, alguns deles a viver a muitas dezenas ou mesmo centenas de quilómetros do hospital onde são seguidos, tinham que se deslocar para ter acesso a medicamentos que apenas são dispensados até este momento nas farmácias hospitalares. Isto faz com que estes doentes possam, a partir da implementação da medida, ter acesso a esses mesmos medicamentos em proximidade nas farmácias comunitárias e, portanto, vai alterar para melhor a vida de muitos doentes", adianta Hélder Mota Filipe.
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O bastonário da Ordem dos Farmacêuticos explica que esta medida já foi testada em alguns pontos do país, mas agora vai ser alargada a todo o território nacional. Trata-se de um trabalho em parceria com a direção executiva do SNS. Hélder Mota Filipe afirma que faltam acertar pequenos pormenores para que nada falhe.
"Estas condições são fundamentais para garantir a qualidade da dispensa em proximidade e são, por exemplo, um garantir da comunicação efetiva por meios eletrónicos entre o farmacêutico comunitário, farmacêutico hospitalar e vice-versa para que a informação relevante esteja disponível e não se perca. Estamos a trabalhar na implementação dessas condições para que esta medida possa entrar em vigor o mais rapidamente possível e começar a servir os doentes que dela necessitam. Penso que no início do segundo semestre estaremos em condições de poder iniciar este novo serviço", acrescenta.
Este será um dos temas em discussão nas Jornadas de Farmácia Comunitária, que começam este sábado, em Santa Maia da Feira, organizadas pela Ordem dos Farmacêuticos.