Fernando Medina não exclui medidas nos preços dos alimentos, mas Governo concentra-se na eletricidade.
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O ministro das Finanças, Fernando Medina afirmou, esta segunda-feira, em Bruxelas, que o Governo está a avaliar medidas em relação à energia, admitindo vir a "calibrar" as ajudas de forma mais seletiva, levantando "apoio transversal".
Medina defende que as circunstâncias atuais melhoraram em relação aos picos de preços atingidos "há seis ou sete meses". E, por essa razão, as decisões a tomar devem refletir a "nova realidade" dos mercados energéticos.
"A realidade hoje não é de preços de energia como aqueles que tínhamos há seis ou sete meses atrás, é diferente para melhor", assinalou o ministro, considerando que "os preços estão mais baixos".
Fernando Medina considera que "o estado mais positivo" registado nos mercados de energia "aconselha a que os recursos públicos disponíveis sejam concentrados nos públicos mais vulneráveis e menos em medidas de banda larga".
"Os apoios podem ser melhor calibrados, concentrando-os nos públicos mais vulneráveis, [e] naqueles que mais necessitam e menos em medidas de âmbito transversal", defendeu.
Fernando Medina lembrou que, "no início desta crise", os apoios tiveram um âmbito mais geral, "para, no fundo, apoiar de forma mais forte toda a economia".
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Alimentos
O ministro das Finanças não exclui a possibilidade de o Governo vir a adotar medidas em relação ao preço dos alimentos.
Questionado em Bruxelas sobre se o Governo está a estudar a fixação dos preços dos alimentos, como sugeriu a ministra da Agricultura, o ministro diz que não quer acrescentar outros detalhes, garantindo que o Governo anunciará medidas quando tiver medidas para apresentar.
"Quando o Governo adotar medidas, o Governo tornará públicas essas medidas", afirmou, assegurando que não tem dados a acrescentar em relação ao que "a colega da Agricultura disse".
A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, assinalou, no domingo, que o Governo admite estudar "todas as medidas", para garantir "um preço justo" para os consumidores.
A ministra mencionou a criação de um "observatório de preços, indo buscar o modelo espanhol que está a funcionar, (...) no sentido disso mesmo, de salvaguardar que não há nenhum elo da cadeia que saia prejudicado".
"Iremos estudar todas as medidas de maneira a poder mitigar quebras que existiam em todas as fases da cadeia alimentar e garantir que o consumidor paga um preço justo", afirmou.