Miguel Alves e Virgínia Lopes são um casal de Bragança com um rendimento bruto que ronda os 2600 euros. Dizem-se da classe média baixa e sem possibilidades de fazer qualquer tipo de poupança.
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Casados há doze anos, têm duas filhas. As duas fizeram todo o percurso básico num colégio privado. "Por uma opção nossa, por entendermos que havia mais disciplina, que estavam mais resguardadas porque as turmas eram mais pequenas", contam.
Miguel é optometrista e sócio de uma ótica. Tem um vencimento bruto de 1200 euros mensais. Virgínia é professora e diretora duma instituição. Ganha 1400 euros brutos. O orçamento do casal é gerido ao pormenor. "É gerido com pinças. Com as despesas que temos não dá para grandes luxos nem para grandes extravagâncias. De qualquer forma não passamos nenhuma necessidade".
Têm dois carros e um empréstimo de 600 euros feito recentemente. Virgínia Lopes diz que tiveram que cortar algumas regalias: "tentamos andar só com um carro em vez de andar com os dois. Devido ao empréstimo bancário houve regalias que foram cortadas, nomeadamente empregadas de limpeza ou almoçar regularmente fora".
E, acrescenta Miguel Alves, não conseguem fazer poupanças. "Fazer poupança como fizemos no passado, não conseguimos neste momento por causa da compra da casa. Contamos sempre com o décimo terceiro mês, com o subsídio de Natal para ir de férias ou para as prendas de Natal. Fazemos uma gestão duma forma tranquila mas não dá para juntar".
Assumem-se da classe média baixa. "Posso ser injusto quando me coloco na classe média baixa porque sei que há famílias que vivem com 500 ou 600 euros. Para mim, a classe média viverá com 3000 euros líquidos mensais e não é muito difícil, basta serem funcionários do Estado, na maior parte".
E a classe alta é para Virgínia e Miguel aquela que consegue rendimentos anuais superiores a 80 mil euros, sem necessidade de se privarem de nada e com dinheiro suficiente para extravagâncias, como fins de semana fora ou troca de carro cada dois ou três anos.
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