"Fechar os olhos ao racismo e discriminação." Livre pede a Costa e a Santos Silva para não irem ao Catar
O Livre pede à Assembleia da República e à Federação Portuguesa de Futebol que condenem, "com veemência", as violações de direitos humanos que ocorreram no Catar.
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Depois de o Expresso ter revelado que Marcelo Rebelo de Sousa, Augusto Santos Silva e António Costa vão apoiar a seleção portuguesa ao Catar, o Livre pede ao Governo e à Assembleia da República que não se façam representar no mundial 2022. O partido de Rui Tavares diz que associar o mundial a um país com graves violações de direitos humanos "é permitir que fechemos os olhos ao racismo, à xenofobia, à discriminação e ao preconceito".
Num projeto de resolução, o Livre lembra as "inúmeras violações de direitos humanos no país, em especial os direitos dos trabalhadores migrantes" contratados para a construção de estádios, estimando-se que "terão morrido cerca de 6750 trabalhadores, embora o número real possa ser mais elevado".
Além do "desastre humanitário", Rui Tavares salienta que o torneio pode ainda ser "um desastre ambiental", já que "o Catar é um dos maiores países emissores de dióxido de carbono per capita, agravado pela construção de novos estádios, assim como novas cidades e meios de transporte em torno dos estádios".
Já "no campo das desigualdades", no Catar "discrimina-se fortemente as mulheres" e estão "sujeitas por completo à autoridade dos homens, naquilo que constitui uma violação do direito internacional".
"As leis do Catar são claras e apelam à total discriminação e violência contra a comunidade LGBTQI+. O país não permite relações sexuais ou casamento entre pessoas do mesmo sexo e quaisquer manifestações de apoio a pessoas da comunidade LGBTQI+ são punidas com penas de prisão", acrescentam.
Por último, o Livre sublinha que "associar o torneio a um país com graves violações de direitos humanos é permitir que fechemos os olhos ao racismo, à xenofobia, à discriminação e ao preconceito", pedindo ainda à Assembleia da República e à Federação Portuguesa de Futebol que condenem, "com veemência", as violações de direitos humanos que ocorreram no Catar.