Ryanair comunicou esta terça-feira, que vai encerrar a base no aeroporto do Algarve em 2020. Estão em causa 100 postos de trabalho.
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A Ryanair já tinha avisado em julho que ia encerrar várias bases aéreas na Europa e despedir funcionários devido aos atrasos na entrega dos aviões 737 MAX.
A transportadora responde assim às questões da TSF a propósito do encerramento da base no aeroporto de Faro em janeiro de 2020.
A companhia aérea remete mais esclarecimentos para um comunicado datado de 17 de julho, onde se explica que estava previsto o fecho de bases aeroportuárias no inverno e verão de 2020 devido aos atrasos nas entregas dos aviões Boeing 737 MAX, modelo afetado por dois acidentes - na Etiópia e na Indonésia.
Como o aparelho tem ainda de ser certificado pelas autoridades norte-americanas e europeias, as entregas dos 30 Boeing 737 MAX 200 encomendados pela Ryanair estão atrasadas.
Num vídeo dirigido aos funcionários em julho, o diretor-executivo da Ryanair, Michael O'Leary, anunciou o despedimento de pelo menos 900 trabalhadores e o encerramento de bases na Europa, sem nunca especificar os locais abrangidos.
Michael O'Leary justifica ainda a quebra dos lucros - caíram 21% no primeiro semestre para 243 milhões de euros, face ao período homólogo - com a insegurança do Brexit e a subida do preço do petróleo, associados aos preços baixos dos voos, e pede "desculpa" pelas "más notícias".
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O anúncio do fecho da base de Faro foi feito esta terça-feira, com a ressalva de que a Ryanair pretende manter os voos no aeroporto algarvio. Para já, pouco se sabe sobre o futuro dos trabalhadores.
Nesta base trabalham cerca de 100 tripulantes que "ou são recolocados noutras bases" ou são alvos de um "despedimento coletivo", disse à TSF a presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).
Também o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve está preocupado e desconfiado com as mudanças anunciadas. Elidérico Viegas diz mesmo que o encerramento da base no Algarve poderá traduzir-se em menos turistas na região.
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"A Ryanair é a maior companhia aérea a operar para Faro: quase 35% dos passageiros no aeroporto de Faro têm origem na Ryanair", revela o responsável.
Esta não é uma surpresa, assume Elidérico Viegas. "Apenas não esperávamos que começassem precisamente por Faro."
Já o presidente do Turismo do Algarve acredita que a acessibilidade à região não vai ser afetada, uma vez que a operação da companhia aérea vai ser mantida.
O que vai acontecer, diz João Fernandes, é um reajustamento das rotas para que a tripulação da Ryanair não tenha de pernoitar em Faro, como acontece atualmente. Mas "não está em causa a operação", assegura, em linha com as garantias da Ryanair.
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A Ryanair emprega cerca de 17 mil pessoas em todo o mundo, a maioria pilotos e tripulação.