FNAM diz que caso do médico de Setúbal que chefiava serviço no público e tinha clínica privada ao lado devia ser evitado com dedicação exclusiva (bem paga).
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O presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) diz que é insustentável que continuem a existir casos como os do médico que era chefe de serviço de Ginecologia e Obstetrícia no Hospital de Setúbal e que do outro lado da rua era sócio de um consultório onde fazia ecografias a grávidas.
João Proença admite que legalmente tudo isto é possível pois Artur Carvalho, médico que ficou conhecido depois de não ter visto, em várias ecografias, as malformações de um bebé, só seria proibido de acumular se fosse, em paralelo, diretor do serviço hospitalar e diretor no serviço privado de saúde.
Ser chefe de serviço e não diretor no hospital público e até sócio maioritário na clínica ou eventual hospital privado não é, legalmente, incompatível.
"O que é importante é perceber que este é um caso igual a muitos e o que é preciso é que se resolva com a limitação de setores", diz João Proença, que acrescenta que "o que é insustentável é que isto continue a acontecer diariamente em todas as áreas".
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A FNAM recorda que já defende isto há 40 anos e que é fundamental criar condições, melhores ordenados para os casos de dedicação exclusiva, para que os médicos se possam dedicar apenas a um lado.
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A Federação Nacional dos Médicos garante que enquanto não existir esta possibilidade de exclusividade bem paga para quem opta por esse caminho, vão continuar as situações em que os médicos andam a trabalhar em vários sítios ao mesmo tempo.