Pedro Nuno Santos, de Aveiro, nota que há «importante quadro do PS a disponibilizar-se para a liderança». José Luís Carneiro, do Porto, diz que nos locais onde menos se trabalhou nas europeias foi onde houve piores resultados nestas eleições.
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O presidente da Federação Distrital de Aveiro lembrou que ninguém dentro do PS ficou satisfeito com os resultados nas europeias de domingo e que, por isso, apoia o desejo de António Costa de se candidatar à liderança socialista.
«Não conseguimos ter o resultado que esperávamos. Estamos a um ano de eleições legislativas e é fundamental que o PS consiga ter a liderança e a estratégia mobilizadora que permita agregar uma maioria para dar tranquilidade ao próximo Governo», frisou.
Considerando que é «preciso encarar estes momentos com naturalidade democrática na vida de um partido», Pedro Nuno Santos sublinhou que o «PS não existe para ganhar por um».
«Não podemos reduzir o debate sobre o país, as pessoas e a vida no partido a questões de deslealdade. Temos um resultado que não foi aquele que todos nós esperávamos e um importante quadro do PS a disponibilizar-se para essa liderança e estratégia mobilizadora que infelizmente não temos agora», concluiu.
Por seu lado, o presidente da Federação Distrital de Porto do PS acusou as federações que exigem a mudança de líder de não terem trabalhado o suficiente na campanha para as europeias, até porque os resultados não apareceram nesses locais.
«Em alguns dos locais onde menos se trabalhou é precisamente onde têm aparecido algumas exigências de melhores resultados em relação ao PS e em relação ao secretário-geral», acrescentou.
José Luís Carneiro adiantou ainda que «basta olhar para os resultados eleitorais do país e facilmente se consegue percecionar onde houve esforço, envolvimento e empenhamento e onde houve um menor que conduziu a uma taxa de abstenção mais elevadas e a resultados cuja expectativa permitiria perspetivar outro resultado eleitoral».
Também as federações de Viana do Castelo, Évora e Baixo Alentejo consideram a manifestação de disponibilidade de António Costa uma candidatura com falta de oportunidade que não surge no tempo certo.
Para estas estruturas, a liderança de António José Seguro infligiu uma derrota histórica aos partidos da coligação de Direita nas europeias.