Estudo de impacto admite que zona escolhida, em Carnide, não é a mais atrativa e tem falta de estacionamento.
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Anunciado há quatro anos pela autarquia, o projeto de construção da nova Feira Popular de Lisboa na última semana em consulta pública e já prevê o preço de entrada no recinto, mas continua sem data previsível para a abertura. Dezasseis anos depois do fecho da velha Feira Popular da capital, que funcionava em Entrecampos, o estudo de impacto ambiental que estará em consulta pública até 30 de janeiro de 2020 estima que a obra de construção dure no máximo dois anos, admitindo, contudo, que ainda não é possível "estimar com exatidão" quando é que as obras arrancam.
Antes de arrancar com os trabalhos no terreno será preciso escolher a empresa que vai receber a concessão do espaço, em Carnide (9,4 hectares), durante 30 anos. Fazendo as contas só ao tempo que deverá demorar a decisão sobre o impacto ambiental do projeto, dificilmente a nova Feira Popular abrirá portas antes de 2022.
Entrada a 2,50 euros
O estudo apresentado pela Câmara de Lisboa, lido pela TSF, revela, no entanto, um preço para um "acesso simples" ao recinto da Feira Popular de Lisboa: 2,50 euros, apesar de poderem existir tarifários fixos para usar as atrações, além de entradas gratuitas para crianças com menos de três anos e reduções para idosos, famílias e grupos numerosos.
Com base num estudo feito em 2016, a autarquia prevê receitas anuais de 33 milhões de euros e a criação de 600 empregos.
Mais visitantes que o Zoo ou o Oceanário
Os visitantes anuais podem ir de 1,3 milhões ("cenário conservador com base no último ano de funcionamento da Feira Popular em Entrecampos") a 2,5 milhões, ou seja, bem mais que o Jardim Zoológico (um milhão) ou o Oceanário (1,4 milhões).
O estudo de impacto ambiental, com mais de quinhentas páginas, prevê impactos negativos "limitados", "minimizáveis" e "geríveis", compensados com relevantes impactos positivos para a economia da região, numa obra que vai nascer numa zona de fronteira entre os concelhos de Lisboa, Amadora e Odivelas.
O documento também admite, contudo, que, em comparação com outras localizações excluídas, a zona de Carnide onde vai nascer a nova Feira Popular tem pontos fracos. Entre eles contam-se a pouca atratividade turística da zona, o preconceito de ser uma área dormitório e a ideia de insegurança noturna, bem como a falta de uma estrutura de estacionamento adequada às necessidades de uma feira que se prevê que atraia milhares de pessoas por dia perto de uma área habitacional.