Foi uma noite eleitoral calma e quase tranquila. Como foram aliás as duas semanas de campanha do Pessoas, Animais e Natureza. Uma noite de vitória "para mudar o paradigma" afirmou André Silva, líder do PAN.
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Nenhum nervosismo, nenhuma excitação. Às 7 da noite tudo a postos para seguir a noite eleitoral. Com expectativa e otimismo, claro. Um quarto de hora depois a primeira declaração. Apenas para Inês Sousa Real, deputada municipal por Lisboa (agora também na Assembleia da República), manifestar preocupação pelo número elevado de abstencionistas.
Às 20h03 a primeira alegria da noite. Frente ao monitor grande sintonizado na RTP uma dúzia de militantes aplaudiu e festejou as primeiras projeções. Tudo indicava que o PAN conseguia tornar-se num grupo parlamentar. Mas o líder apenas chegou duas horas depois ao Museu da Cidade, no Campo Grande, em Lisboa, o local da noite eleitoral do PAN.
André Silva chega ao Palácio Pimenta já passavam 20 minutos das 22h00. Está sorridente e confiante, mas só fala sobre as projeções, não assume vitória. Assunção Cristas já tinha assumido derrota. Catarina Martins e Jerónimo de Sousa ultimavam os discursos.
Três mulheres e um homem
Mais tarde, com André Silva recolhido, numa sala reservada, ao lado da velha cozinha do Palácio, assistimos à primeira euforia da noite: a reeleição do líder em Lisboa. Pouco tempo depois o desejo de André Silva realizava-se: não ia ficar sozinho no Parlamento. Mais tarde confirmava-se o terceiro deputado.
Mas foi preciso Rui Rio e António Costa discursarem, foi preciso a confirmação dos quatro deputados do PAN, para finalmente André Silva vir discursar às poucas dezenas de militantes que esperaram cinco horas pela euforia final de uma noite calma e quase tranquila.
Aqui está o discurso e aqui está o partido que se congratula com a derrota do conservadorismo (PCP, PSD e CDS), o partido que classifica CDS e Chega como perigosos e extremistas, o partido que promete "mudar o paradigma", o partido feminista - único grupo que tem mais mulheres do que homens no Parlamento, André e três mulheres. O partido que não quer fazer parte da solução governativa, o partido que quadruplicou o número de mandatos e que finalmente se tornou num grupo parlamentar.