A FENPROF quer reunir com o ministro da Educação para debater as alternativas apresentadas na área da formação e ensino profissional e acusa o Governo de estar a «empurrar» metade dos estudantes para vias profissionalizantes.
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«A FENPROF rejeita que seja [este] o percurso para alunos com dificuldades de aprendizagem, como pretende o Governo, com Nuno Crato a querer empurrar metade dos estudantes para essa via», salienta um comunicado.
A Federação Nacional dos Professores vai solicitar uma reunião com o ministro da Educação para debater o «documento para discussão», apresentado pelo Governo à Comissão Permanente de Concertação Social, sobre "Formação e ensino Profissional".
A entidade recorda que a 21 de agosto, o ministro Nuno Crato afirmou pretender que metade dos alunos portugueses fossem canalizados para as vias profissionalizantes.
«O problema não reside no facto de existir essa oferta nas escolas públicas, constituindo uma opção válida para os estudantes, o que é grave é a secundarização do ensino profissional e a confessada intenção de 'empurrar' jovens para uma via menos dignificada que não garante qualquer saída profissional e torna muito difícil o prosseguimento de estudos para o Ensino Superior», defende a federação.
Para a FENPROF, há ainda preocupações em relação à «confusão» feita entre formação e ensino profissional, permitindo que professores de escolas públicas possam ser «utilizados de uma forma racional e partilhada» o que para a federação significa a redução do número de profissionais.
O Ministério da Educação admitiu hoje estar a preparar novas ofertas de ensino, entre as quais cursos de ensino vocacional, que poderão ser frequentados por opção, dos alunos ou encarregados de educação, ou como resultado do desempenho escolar.
Numa nota enviada pelo Ministério da Educação e Ciência, a equipa do ministro Nuno Crato explica que a intenção é «atualizar e adaptar o ensino a todos os públicos».
O Diário de Notícias avança hoje que o Governo está a preparar cursos vocacionais para os estudantes do ensino básico, permitindo que alunos até ao 9º ano aprendam profissões concretas, como cozinheiro ou eletricista, num sistema que combina ensino teórico e prático.