Fenprof diz que "chumbos" não provam que estes professores sejam piores que outros

Ângelo Lucas/ Global Imagens
O secretário-geral da Fenprof afirmou hoje que as reprovações na avaliação dos professores não provam que esses docentes sejam «piores ou menos competentes» que os outros, e considerou o teste «uma completa inutilidade».
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Esta prova «é de uma completa inutilidade, é tão inútil para avaliar a capacidade dos professores, como o atual ministro da Educação é inútil para a educação em Portugal», disse à agência Lusa Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof). «Não há nenhum professor, dos que reprovaram na prova, que tivesse ficado provado que era pior professor e menos competente que os que não reprovaram e o contrário também é verdade, porque esta prova não avalia nada», salientou o líder da Fenprof, e convidou os portugueses a que leiam o enunciado da prova.
O sindicalista comentava os resultados da prova de avaliação dos professores, realizada em dezembro passado, na qual reprovaram quase 35% dos 2.490 docentes inscritos, que entregaram um exame válido, enquanto 290, ou cerca de 11% do total, obtiveram a sua segunda reprovação.
Os dados foram hoje divulgados pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) e constam de um relatório com os resultados obtidos na prova de avaliação de capacidades e conhecimentos (PACC), para a qual estavam inscritos 2.863 candidatos, mas da qual apenas foram validadas 2.490 provas.
Para Mário Nogueira, «aquilo que [o conjunto de resultados] vem confirmar é que esta prova é uma completa idiotice do ponto de vista do que se pode considerar qualquer regime de avaliação, designadamente de professores». Questionado acerca do que lhe pareceu a percentagem de reprovações, de 35%, respondeu: «Pareceu-me absolutamente normal, porque é uma prova absolutamente idiota, que não tem nada a ver com a profissão».
No entanto, realçou, esta prova «cumpriu a função para o ministro da Educação, que foi conseguir que 35% dos professores, daqueles que fizeram esta prova, já nem sequer possam fazer a componente seguinte e, portanto, condenou esses professores ao desemprego» no próximo ano. «Talvez isso só não aconteça, porque antes disso provavelmente vai este ministro embora», concluiu Mário Nogueira.