O aviso é da Federação de Sindicatos da Administração Pública. A situação agravou-se com a chegada do verão, adianta secretário-geral da Fesap
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Há balcões das finanças, do Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) e da Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA) que estão em risco de fechar durante o verão, devido à falta de trabalhadores. O secretário geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap) alerta para uma situação preocupante em todo o país, numa altura em que há funcionários de férias, mas a afluência a estes serviços mantém-se elevada com a chegada dos emigrantes portugueses.
José Abraão considera “natural que haja serviços, durante este verão, que não tenham alternativa que não seja dizer que não podem manter a porta aberta”. O trabalho vai acumulando e não há gente suficiente para acudir a todas as solicitações.
“Há atrasos no reconhecimento de nacionalidade, há centenas de milhares de processos à espera de resposta e há problemas e atrasos no registo predial nas mais diversas conservatórias, nos serviços de finanças, também nalguns casos na segurança social e na AIMA”, adianta o líder da Fesap.
O problema “é transversal de norte ao sul do país”, sendo que José Abraão sublinha que “o norte tem menos gente a trabalhar, por isso é natural que haja mais problemas à volta do Porto”.
“Estamos no verão, aproximam-se as férias, vêm os nossos emigrantes e estamos preocupados com a dificultade de resposta às necessidades dos cidadãos em geral”, afirma José Abraão.
A juntar às férias dos funcionários e ao cansaço acumulado nos que ficam a trabalhar, os constrangimentos agudizaram-se com a morosidade dos concursos de recrutamento.
“Temos concurso aberto para 150 oficiais no IRN, temos concursos para os conservadores que já estão abertos há algum tempo, fizeram-se agoras as entrevistas” e o secretário-geral da Fesap questiona: “Quando é que os concursos estarão concluídos?”
A TSF questionou os ministérios das Finanças, da Administração Interna e da Justiça, mas não obteve, até agora, resposta para essa e outras perguntas.
Mais de 100 dias depois de o governo ter tomado posse, José Abraão diz que “começa a ser tempo” que o executivo “dote todos os serviços essenciais para os cidadãos com recursos humanos suficientes”.
