A líder do PSD disse que não vai pedir a maioria absoluta, por entender que é possível governar com entendimentos e coligações pós-eleitorais, mas recusou a criação de um Bloco Central. Ferreira Leite afirmou ainda que gostava de conhecer a posição de Sócrates sobre os casamentos homossexuais.
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«Não vou pedir maioria absoluta», disse Manuela Ferreira Leite, explicando que é possível governar com entendimentos e coligações pós-eleitorais, dependendo de «como os partidos saírem das eleições».
Numa entrevista ao semanário Expresso deste sábado, a líder do PSD recusou em absoluto a hipótese de constituir um Bloco Central, garantindo que não haverá uma coligação entre PS e PSD, pelo menos enquanto ela for líder.
A social-democrata criticou sobretudo o modelo económico «absolutamente esgotado» de José Sócrates, opinando que em vez do périplo pelos grandes países do petróleo, «preferia ter visto o primeiro-ministro a fazer um périplo pelo país a apoiar as pequenas e médias empresas, que são o coração da economia nacional».
A presidente do principal partido da oposição disse também que vai «restringir os encontros» de amigos com o Presidente da República, Cavaco Silva. «Pela imaginação delirante dos analistas, por ele e por mim. Não quero criar constrangimentos», explicou.
A líder do PSD reiterou ainda a afirmação polémica que o casamento tem por objectivo a procriação, admitindo, no entanto, que pode perder votos nas eleições legislativas de 2009 por manter esta tese.
Questionada sobre se espera conhecer a posição de José Sócrates sobre os casamentos homossexuais antes das eleições, Ferreira Leite apenas respondeu: «Bem gostaria, mas não creio que ele caía nessa».