Ferro Rodrigues «otimista, mas não eufórico» com a vitória nas europeias

Num discurso durante um comício do Partido Socialista, que não encheu por completo o Auditório Charlot, em Setúbal, o deputado socialista sublinhou que é preciso dar uma «lição democrática» no próximo dia 25 de maio, mas acrescentou que, mais do que ganhar eleições, é preciso um «calendário eleitoral diferente».

Para Ferro Rodrigues, que pede «maioria absoluta nas legislativas», o facto de o calendário indicar eleições presidenciais e legislativas separadas por três meses «dificulta o combate político» em Portugal.

Durante o discurso, de cerca de meia hora, Ferro Rodrigues lançou críticas ao governo, afirmando que « o que se passa em Portugal desde há três anos é o PREC, mas é o PREC em que o "R" é o "R"de reaccionário», lançando também acusações a Durão Barroso e à Comissão Europeia. O antigo secretário-geral do PS considera que «é preciso um novo presidente da Comissão Europeia com vistas largas, sem mesquinhez» e critica uma Comissão Europeia «fraca com os fortes e forte com os fracos».

Já Francisco Assis, no dia em que confirmou a presença de José Sócrates no último dia de campanha, voltou a criticar Paulo Rangel e a Aliança Portugal, por continuar a trazer a governação de Sócrates para a campanha eleitoral. Para o cabeça de lista do PS às europeias, Paulo Rangel é como «um daqueles soldados que dez ou 15 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial ou da Guerra do Vietname continuavam perdidos numa floresta convencidos que a guerra ainda não tinha acabado e que ainda estavam a travar um combate que já não existia.»

Francisco Assis garantiu que os socialistas «não têm vergonha» de nada do que fizeram nos anos da democracia portuguesa e acusou Paulo Rangel de ter «vergonha do presente». O cabeça de lista disse ainda que «para haver consensos é preciso que o Partido Socialista vença as eleições para o Parlamento Europeu»