Festa da Lua Cheia em Fafe leva população de volta a 1924

Este domingo, 21 de julho, é noite de lua cheia e na União de Freguesias de Monte e Queimadela, em Fafe, esta é uma desculpa para recuar 100 anos. Até à meia-noite, como nas histórias de encantar, quem visitar o lugar da Cheda fará uma viagem até 1924.  

A razão é a Festa da Lua Cheia, uma criação da associação sem fins lucrativos Bolota Campestre, que teve a sua primeira edição em 2016 e, desde então, tem cativado cada vez mais visitantes. Um contributo importante para o setor do turismo da região conhecida por deter “a catedral dos ralis em Portugal”. 

Em conversa com a TSF, o coordenador de atividades da associação, Hélder Mendonça, explica que a iniciativa pretende manter vivo o legado rural e agrícola. Sendo certo que quando a convidada principal aparece no céu são recordados os “agradecimentos à lua nas mudanças de estação”, assim como as sementeiras e a forma “como a população se organizava para fazer as podas”. 

Organizada por mais de 60 voluntários, todos vestidos à época, não vão faltar jogos tradicionais, música com a banda Os Trastes e com atuação do rancho folclórico de São Miguel do Monte, mas também teatro e o grupo de bombos Alcateia. Para quem gosta de pôr as mãos na massa, podem aprender a fazer pão. 

No último ano, foram mais de dois mil os visitantes oriundos de Braga, Guimarães, Vizela, entre outros. Para a sexta edição, o presidente da União de Freguesias de Monte e Queimadela, Alexandre Macedo, aponta para 3 mil festeiros num território onde durante o ano vivem apenas 700 pessoas, visto que perto de 80% da população é emigrante. 

A Festa da Lua Cheia é também um fator de desenvolvimento do território, pois graças à sua itinerância pelos diferentes lugares da freguesia, acaba por deixar a sua marca. Este ano, segundo o presidente Alexandre Macedo, será inaugurado um moral “em memória e homenagem ao legado deixado pelos antepassados”.