Festival de Cannes: Justine Triet é a grande surpresa da competição
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Um filme de tribunal com valor artístico? Sim, chama-se Anatomie d'une Chute e é o novo de Justine Triet, a cineasta sensação de Na Cama com Victoria, aqui a contar a história da acusação a uma escritora que supostamente terá morto o marido. Mas mais do que o elemento policial, é uma obra sobre a culpa humana e recupera o peso das grandes questões do falhanço conjugal. A tensão chega mesmo a lembrar o melhor do cinema de Bergman. Não será então exagero dizer que se trata de um dos grandes e inesperados candidatos à Palma de Ouro.
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Mas por estes dias fala-se muito português no festival. Hoje é dia de, por exemplo, se celebrar na Quinzena dos Realizadores Vale Abraão, exibido esta tarde numa cópia restaurada. O filme de Oliveira faz trinta anos e remete para um reconhecimento que o pôs no centro do cinema internacional. E é mesmo a sua obra-prima total. Leonor Silveira, a protagonista, vai estar presente, ela que é o rosto desta secção.
Por outro lado, na Semana da Crítica, Corpos Cintilantes, curta de Inês Teixeira. O chamado coming-of-age filmado com a espuma dos nossos dias. Uma pequena surpresa que volta a confirmar a vocação do novo cinema português para abordar o mistério dos adolescentes.
